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Silver Marraz

Vá se benzer

Por Silver Marraz





Não mate DEUS em mim, porque o sangue que caiu na terra, não cairá outra vez. Se for preciso, os pretos farão Palmares novamente.


Vamos esclarecer uma coisa aqui: não foram os orixás que derramaram o sangue divino na terra; não foram os orixás que mentiram em nome de Deus; não foram os orixás que trairam os preceitos divinos; não foram os orixás que cometeram os genocídios; não foram os orixás que desejaram a morte de milhares de nordestinos por causa de política; não foram os orixás que inundaram os irmãos do sul; não são os orixás que cometem crimes e que veem diversas pessoas na rua passando fome e não fazem nada. É VOCÊ: HOMEM E MULHER INTOLERANTES E IGNORANTES que matam Deus todos os dias com atitudes repudiáveis.

Matam Deus com tanta mentira, corrupção, desrespeito, traições, fofocas, violência, estupros, assédios sexuais e morais, preconceito e intolerância religiosa. Essa afirmação é uma poderosa metáfora que ecoa através dos séculos, carregando consigo a carga de uma sociedade que, ao invés de buscar a verdade e a compaixão, preferiu construir muros de dogmas e ódio em nome da religião.


Imagine um jardim, onde cada flor representa uma crença, uma forma de conectar-se ao divino. Antigamente, essas flores floresciam em harmonia, cada uma contribuindo para a beleza e a diversidade do jardim. Mas ao longo do tempo, as pessoas começaram a arrancar umas às outras, alegando que suas flores eram as únicas verdadeiras, as únicas dignas de existir. Assim, o jardim se tornou um campo de batalha, onde as pétalas caídas representam as vidas perdidas em guerras religiosas, intolerância e fanatismo.


No contexto real, Anitta declarou a sua religião e as Fake News, em numeroso volume, começou a propagar mentiras. Mentiras estas que são como uma sombra que paira sobre esse jardim. Mentimos para nós mesmos quando afirmamos que nossa religião é a única verdadeira, que nossos deuses são os únicos dignos de adoração. Essa mentira nos cega para a beleza da diversidade religiosa, nos impede de aprender com as tradições e sabedorias dos outros.


O preconceito, então, raiz do ploblema vem como um espinho venenoso que fere tanto o jardim quanto aqueles que o habitam. Quando julgamos e discriminamos com base na religião, perdemos a oportunidade de nos conectar verdadeiramente com nossos semelhantes. Em vez disso, alimentamos um ciclo de ódio que envenena a alma e corrompe a sociedade.


E a intolerância religiosa atua como uma tempestade que assola o jardim, destruindo tudo em seu caminho. Ela fecha nossas mentes para a possibilidade de diálogo e entendimento mútuo. Em vez de buscar a paz e a coexistência pacífica, optamos pela violência e pela divisão.

Mas mesmo diante de tanta destruição, há esperança.


Devemos lembrar que, no fim das contas, todas as religiões buscam a mesma essência: a busca pela verdade, a conexão com o divino, e a promoção da compaixão e da justiça. Que Iemanjá, então, traga o equilíbrio; Oxóssi, a fartura; Ogum, os caminhos abertos; Xangô, a justiça; Oxum, a riqueza e o amor; Iansã, o poder; Obaluaê, a cura; Obá, a vitória; Ewa, a intuição; Nanã, a sabedoria; Logunedé, a esperança e o lado positivo da vida; Ossaim, a cura de todos os males; Erês, a alegria; Irôco, ah! Tempo, que tu te unas a Oxumarê que tudo transforma, que nasce e renasce, e que nesta junção, prevaleça o conhecimento, o qual faz qualquer cego enxergar. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8:32 – que Oxalá nos traga a paz


Peço por fim, a Exu, o grande guardião de Deus, o mensageiro divino, a energia vital, a força primordial que impulsiona todas as coisas, que seja o fogo que purifica, a sabedoria que questiona, e a liberdade que desafia as amarras do convencionalismo e que destrói a burrice daqueles que, embora vejam a luz, preferem continuar nas trevas, nas encruzilhadas mais difíceis da vida, sem oportunidade de crescimento, aprendizado e transformação; mas com a língua afiada para falar do que não sabe e o que não é da conta.

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