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Renata Freitas

Usar branco na virada do ano ainda é uma boa ideia

Atualizado: 4 de dez.

Recebi a sugestão de escrever sobre o costume de usar branco na virada do ano correlacionando à prática de Análise de Coloração Pessoal. Fiquei meio perdida com essa sugestão, pois não é bem a minha linha de raciocínio e de escrita. Sou, sim, Consultora de Imagem e Coloração Pessoal, e vi a mágica das cores em ação, bem diante de meus olhos. Por aqui, minha proposta é usar esse espaço para compartilhar ideias críticas sobre o universo da Moda e Cultura. Mas aceitei o desafio de usar minha criatividade em favor dessa discussão que pode ser trivial. Vamos aprofundar?

Análise de Coloração Pessoal

Fiz uma breve pesquisa para entender de onde surge esse costume, mas uma breve observação nas festas realizadas nos litorais do Brasil deixa claro: a tradição de usar vestes brancas na virada do ano tem seu fundamento nas religiões afro-brasileiras, candomblé e umbanda, que, por sua vez, tem suas raízes em África. A cor branca simboliza a pureza espiritual de Oxalá, o orixá responsável pela criação da humanidade para o candomblé. Rituais de início e renovação são feitos em sua reverência. Assim como Iemanjá, a Rainha dos Mares, a Grande Mãe que a todos abençoa e protege, sempre presente em nossas festas de muitas oferendas. Portanto, em nossa cultural afro-brasileira, nada faz mais sentido do que ritualizarmos a virada do ano de branco, entre oferendas… se não fosse a apropriação cultural pelo comércio e pela indústria. Assim como o Natal, para a tradição cristã.

O que, antes, eram importantes rituais religiosos aos orixás carregados de significações, hoje, fora dos terreiros e quilombos, não passa de um calendário do comércio e da indústria da Moda. Mais uma data comemorativa de incentivo ao consumo desenfreado. Em vez de entendermos o significado simbólico das festas, nos reunindo em família e comunidade, comprometemos todo nosso dinheiro suado em looks de Natal e Ano Novo. Substituímos a ritualização sagrada de ciclos, baseada na conduta ética em comunidade, por superstição de objetos mágicos: use branco, pule tantas ondinhas, coma não sei o quê, e tenha seus pedidos atendidos. A roupa branca, ou em cores específicas, entra aqui. E quem lucra com tudo isso continua sendo o comércio e a indústria.

Agora, neste estágio de confusão cultural em que nos encontramos, por que não pensarmos em Coloração Pessoal em contraponto ao uso do branco usado indiscriminadamente? Confesso, não acreditava em Coloração Pessoal até fazer a análise no curso de formação. Foi bem nítida a diferença na minha pele com as diferentes cores e cartelas. Aqui, a ciência me ajudou a acreditar, porque é basicamente a análise de como a luz reflete na sua pele em relação à profundidade, temperatura, intensidade e contraste das cores. Usamos tecidos e cards, em contato com o rosto, que simulam cada uma dessas especificidades com cores e analisamos quais reagem melhor à pele, buscamos a harmonia. Após essa análise minuciosa por um olhar atento aos mínimos detalhes, encontramos entre as 12 cartelas do método sazonal, baseadas nas 4 estações, aquela que mais se enquadra nos resultados encontrados. A cartela inclui indicação de melhores cores para maquiagem e cabelo também.

Não consigo dar dicas práticas mais coletivas, indicando certas cores para certos tipos de pele/cabelo, porque a Análise Cromática é pessoal, cada pele possui suas particularidades. Mas posso dar uma dica boa que é: se for comprar aquele look legal de Ano Novo, em vez de optar pelo branco porque é o que pede o dresscode, experimente as cores e se olhe no espelho atentamente, busque por aquelas cores que te deixam com um glow, aquele brilho diferente. É possível treinar esse olhar! Faça esse exercício em casa, com as roupas que já tem, e assim você já consegue fazer compras mais assertivas. Muito melhor do que usar branco porque é o que todo mundo usa, é usar aquela roupa que te deixa mais confiante e se sentindo linda(o). Certo?

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