Um desfile de Empolgação e Desafios de Evolução
A Estácio de Sá, quinta escola a entrar na avenida, brilhou na avenida durante a primeira noite de desfiles da Série Ouro, apresentando um enredo que resgata suas raízes africanas e celebra o samba como expressão do povo. Embora tenha cativado o público com sua energia contagiante, a escola enfrentou desafios significativos em sua evolução, comprometendo parte de sua apresentação.
Resgatando Raízes: Enredo e Comunidade Empolgada
Sob o enredo "Chão de devoção: orgulho ancestral", desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Paulo, a Estácio de Sá contou a história de Cambinda e Maria Conga, símbolos de resistência cultural africana no Brasil. A narrativa, densa e emocionante, foi conduzida por meio de quatro setores, destacando a trajetória dessas figuras que lutaram para preservar sua identidade em meio à escravidão.
A comunidade da Estácio, protagonista do desfile, demonstrou sua força e paixão pelo samba, entoando o enredo com vigor e entusiasmo. Apesar das dificuldades enfrentadas, o canto forte e envolvente dos componentes contribuiu para criar uma atmosfera contagiante na Sapucaí.
Comissão de Frente: Dramatismo e Impacto Visual
A comissão de frente, coreografada por Ariadne Lax, emocionou o público com sua representação dos rituais e celebrações africanas. Intitulada "Cabindas e Congoleses: Festejos, Rituais em Liberdade e os Destinos", a apresentação trouxe à vida as histórias de Cambinda e Maria da Conceição, envolvendo o público com sua dramatização e energia.
Apesar do impacto visual e da intensidade da performance, a comissão de frente enfrentou problemas técnicos, como a falta de sincronia em alguns momentos e dificuldades com o tripé central. No entanto, o conjunto conseguiu transmitir a essência do enredo e emocionar o público.
Mestre-sala e Porta-bandeira: Elegância e Sintonia
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Feliciano Junior e Thais Romi, encantou o público com sua elegância e sintonia. Com uma coreografia envolvente e movimentos precisos, a dupla conquistou aplausos e elogios, destacando-se como um dos pontos altos do desfile da Estácio de Sá.
Fantasias e Alegorias: Cores e Simbolismo
O conjunto visual apresentado pela Estácio de Sá foi marcado pela diversidade de cores e pelo cuidado nos detalhes. As fantasias, elaboradas e criativas, refletiram a riqueza cultural dos povos africanos, enquanto as alegorias trouxeram à vida os diferentes aspectos do enredo.
No entanto, a escola enfrentou desafios com o acoplamento das alegorias, resultando em problemas de evolução ao longo do desfile. Apesar disso, as esculturas e adereços apresentaram um bom acabamento e contribuíram para a narrativa visual da escola.
Samba-Enredo: Poder da Palavra Cantada
O samba-enredo, obra dos compositores Júlio Alves, Cláudio Russo, Magrão do Estácio, Filipe Medrado, Thiago Daniel, Diego Nicolau, Tinga, Dilson Marimba, Guilherme Karraz, Barbara Fonseca, Telmo Augusto, Adolfo Konder, Fernando César e Marquinhos Beija-Flor, foi um dos pontos altos do desfile. Com uma letra forte e envolvente, o samba transmitiu com maestria a mensagem do enredo, cativando o público e impulsionando a energia da escola.
Desafios de Evolução: Correndo contra o Tempo
Apesar do entusiasmo e da qualidade artística, a Estácio de Sá enfrentou desafios significativos em sua evolução. Problemas técnicos com o acoplamento das alegorias resultaram em atrasos e correria no final do desfile, levando à ultrapassagem do tempo regulamentar em um minuto. Esses contratempos podem afetar a pontuação final da escola na apuração.
Vitória da Alma Estaciana
Apesar dos obstáculos enfrentados, a Estácio de Sá brilhou na Sapucaí com sua energia contagiante e sua celebração das raízes africanas. O desfile foi marcado por momentos de emoção e empolgação, destacando a força e a paixão da "comunidade estaciana" pelo samba. Agora, resta aguardar a apuração final para ver como esses aspectos serão avaliados pelos jurados.
Comments