A trajetória de Adriana Zaru é um exemplo de resiliência e fé, que transcende os desafios impostos pela vida. Em 2018, aos 38 anos, a técnica de enfermagem se deparou com um dos maiores obstáculos de sua vida: o diagnóstico de câncer de mama. Enquanto se aperfeiçoava em um curso técnico, ela realizou o autoexame que mudaria seu destino. Um nódulo detectado levou à confirmação de um tumor de grau 1, em estágio inicial.A descoberta não a assustou de imediato, já que Adriana estava acompanhando regularmente sua saúde. Contudo, após uma série de exames, veio a necessidade de uma cirurgia para a retirada de parte da mama. O que ninguém poderia prever é que, dias após a operação, ela descobriria algo ainda mais impactante: estava grávida.
Já mãe de três meninas, Jade, Anna Júlia e Natália, a última coisa que Adriana esperava naquele momento era uma nova gestação. Inicialmente, ela acreditava que o atraso menstrual era um efeito colateral do tratamento ou resultado do estresse. Mas após vários testes positivos, ela teve que lidar com a realidade: carregava uma nova vida em meio a um tratamento agressivo.
As incertezas foram enormes. Como aceitar gerar uma criança enquanto seu corpo lutava contra o câncer? O medo de que a quimioterapia prejudicasse o bebê a acompanhou em cada sessão. Mesmo com a segurança dada pelos médicos, Adriana não conseguia afastar a ansiedade.
“Foi quando senti o Jorge mexer pela primeira vez, durante a quimioterapia, que a minha conexão com ele se fortaleceu”, relembra Adriana.
O pequeno Jorge nasceu saudável, pesando mais de 3 quilos, em um parto normal. Embora Adriana não pudesse amamentar como fez com suas filhas anteriores, ela sentiu uma profunda gratidão por seu filho ter chegado ao mundo com saúde. Após o nascimento, Adriana continuou seu tratamento, passando por 25 sessões de radioterapia. Hoje, ela segue em acompanhamento médico, mas com o coração cheio de amor e esperança, aproveitando cada momento ao lado do marido, das filhas, da netinha e, claro, do pequeno Jorge.
O câncer, em vez de ser seu algoz, tornou-se um professor. Motivo de superação. “Trabalho com orgulho na área da saúde, e compartilhar minha história com outras pessoas que estão enfrentando situações difíceis é extremamente gratificante”, afirma Adriana, que hoje se realiza ajudando pacientes no Hospital do Coração de Duque de Caxias (HSCOR).
A história de Adriana reflete a capacidade do ser humano de lutar e vencer, mesmo quando as circunstâncias parecem insuportáveis. No Brasil, onde segundo o INCA, são diagnosticados mais de 66 mil novos casos de câncer de mama por ano, histórias como a dela oferecem um fio de esperança. Adriana não só sobreviveu, mas renasceu em meio à adversidade, e hoje inspira outros a acreditarem na vida, mesmo quando o caminho parece obscuro.
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