Em primeiro lugar, quero que você entenda que a palavra sagrado, não tem a ver com religião. O Sagrado Feminino vai além do viés da espiritualidade, ele é uma filosofia de vida.
A palavra “sagrado” é uma forma de dizer quanto é sagrada a conexão com a nossa própria essência feminina.
Então não importa a sua religião, a sua espiritualidade, se você vive em conexão consigo mesma, com a sua intuição, o seu ser feminino, você vive o sagrado feminino.
Somos feitos de dualidades que se complementam, o nosso lado feminino, o Yin, representado pelo arquétipo da lua, que tem a ver com a nossa criatividade, a nossa intuição, o nosso cuidado, com o nosso gestar projetos. E já o nosso lado masculino, Yang, representado pelo arquétipo do sol, tem a ver com o projetar, liberar, fazer, falar, executar para o mundo.
Quando nos referimos ao Sagrado Feminino nos referimos, então, a essas qualidades energéticas criadoras de tudo o que existe. Essas energias devem estar em harmonia dentro de nós e assim à nossa volta.
Até aqui parece simples, mas como ser uma mulher conectada ao seu sagrado, com tantas demandas e funções? E como colocar esses saberes atualmente?
Como uma mulher vai usar o seu yin para projetar e seu yang para colocar o projeto no mundo?
Chegamos naquilo que eu chamo de Sagrado Feminino Moderno (SFM).
E aqui já deixo claro, que não tem a ver com círculo de mulheres, com vestidos esvoaçantes e coroas de flores na cabeça em espaços na natureza, honro e respeito as nossas ancestrais, que inclusive graças a essas sábias anciãs temos hoje acesso a esse conhecimento.
A prática do SFM deve ser igualitária, sem distinção, e deve caber na sua rotina, ou seja, dentro do seu apartamento, do seu trabalho “tradicional”, nas demandas e tarefas que você tem enquanto mulher, sendo uma engenheira, vendedora, dona de casa, estudante, mãe, madrasta ou qualquer outra função.
O SFM é um caminho de retorno para dentro de si, é um convite a mergulhar nas profundezas da sua alma para ativar toda sua potencialidade, respeitando o seu momento de introversão, tendo o cuidado de proteger os seus sonhos, viver com amorosidade, saber ter o momento de descanso, acessar a sua criatividade e intuição.
Cada mulher tem uma intuição nata, basta despertar sua essência, o poder da sua feminilidade e o poder de uma força geradora de vida. Nessa busca do seu sagrado, retoma-se uma consciência amorosa dos seus valores no âmbito pessoal, social e psicológico.
Os números de mulheres com doenças no útero, ginecológicas têm aumentado cada dia mais, isso se dá pelo seu afastamento da sua feminilidade e de conhecer a sua porção sagrada.
Então, se conectar com você mesma e valorizar seu sagrado de ser mulher, ser mãe, esposa, avó, tia ou filha é um caminho de autoconhecimento e de despertar da consciência.
Durante os meus atendimentos como Mentora de Autoconhecimento Feminino, pude conhecer melhor a psique feminina e entender os mais diferentes desafios físicos, emocionais e energéticos das mulheres.
Entendi a competição feminina imposta no campo profissional ou na busca sem fim do corpo perfeito, a má relação com seu ciclo menstrual, o não saber dizer NÃO, e dizer sim para aquilo que não te faz sentido.
Agora que entendemos os conceitos, vou deixar algumas dicas para você praticar o Sagrado Feminino Moderno.
1. DESPERTANDO AMOR-PRÓPRIO
- Aceitar e respeitar o seu jeito de ser, a sua aparência;
- Buscar fortalecer a autoestima;
- Ativar o arquétipo da mulher selvagem, aquela destemida de mostrar a sua essência;
- Gestar e parir projetos audaciosos;
2. ÚTERO SAGRADO
O útero é muito mais que abrigo a um feto, ele é um grande portal da sua ancestralidade, e todo o sofrimento de rejeição, de abandono, de tristeza estão armazenados nesse centro energético;
3. ENTRE EM CONTATO COM A NATUREZA
Aqui, um alerta! Não precisa ir para o meio da floresta para ativar o seu sagrado, só o fato de ir até a janela ao amanhecer para escutar o canto dos pássaros, ou ouvir o barulho da chuva e sentir gratidão, talvez cultivar uma planta e você mesma aguá-la com amor, também vale passear e colocar os pés na grama, na terra, conectá-la com a mãe terra de alguma forma te conectará a sua natureza feminina.
4. PARTICIPE DE CÍRCULO DE MULHERES
Atualmente isso pode de maneira presencial ou mesmo online, com o advento da internet rompemos as barreiras de “ah não tem na minha cidade” ou “não conheço nenhuma mulher que promova esse conhecimento”. Então, sem mais desculpas, basta pesquisar que você vai encontrar mentorias de autoconhecimento feminino.
Esses espaços te permitirão aprender, compartilhar suas histórias, seus desafios, e se sentir acolhida por outras mulheres.
O corpo é um guia, e nós mesmas podemos juntas ser guia uma das outras. Por isso, um grupo de mulheres é uma ação que pode fazer a diferença, porque nos lembramos de nosso poder feminino, dos nossos dons e da nossa natureza circular.
Em um mundo onde as mulheres têm lutado por igualdade e reconhecimento, o Sagrado Feminino Moderno oferece um caminho de empoderamento e autoconhecimento. Ao reconectar-se com suas raízes espirituais, as mulheres encontram força para desafiar normas sociais, superar traumas e se tornarem agentes de transformação em suas vidas e comunidades.
Em última análise, o Sagrado Feminino Moderno é um convite para as mulheres se reconectarem consigo, um lembrete de que sua essência é sagrada e digna de celebração. À medida que mais mulheres abraçam esse movimento, a esperança é que o mundo testemunhe uma transformação profunda e duradoura, onde a igualdade, o respeito e a valorização do feminino se tornem a norma, e não a exceção.
Por Nádia Aurélio Correia
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