A premiação do Globo de Ouro, que ocorreu no último domingo, dia 05, é uma celebração da produção audiovisual mundial que acontece em Hollywood, premiando filmes e séries, atores e atrizes de Drama e Musical/Comédia. A comoção foi nacional, como final de Copa do Mundo, quando Fernanda Torres, no auge de seus 59 anos, recebeu o prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama, pelo filme de Water Salles "Ainda Estou Aqui". Em seu discurso, conta que já se sentia vitoriosa pela indicação e que nem havia preparado um discurso. Fala também sobre a importância de ser a continuadora do legado de sua mãe, Fernanda Montenegro, que recebeu o mesmo prêmio 25 anos atrás.
Demi Moore, que recebeu o prêmio de Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical por sua atuação em "A Substância", traz em seu discurso emocionado uma síntese de sua trajetória no Cinema, e das dificuldades de uma Atriz que, embora protagonize produções milionárias, não recebe o reconhecimento merecido. Enfim chegou, após 45 anos de dedicação. E, não poderia ser por um trabalho mais simbólico. O filme estrelado poderia até ser autobiográfico em algum grau, já que podemos encontrar paralelos entre a história pessoal contada por Demi e o enredo performado por ela.
"A Substância" retrata uma celebridade em declínio, demitida de seu programa de fitness na televisão pela idade e, em desespero, na busca pela fonte da juventude eterna, decide tomar uma droga clandestina que promete seu rejuvenescimento. O sucesso do filme se dá pelo levantamento de discussões sobre temas tão importantes como o etarismo, o machismo e a pressão estética de padrões inalcançáveis sofridos pelas mulheres. Demi Moore, em sua performance e em seu discurso de vitória, consegue gerar essa identificação sobretudo naquelas que sofrem e adoecem em um sistema todo estruturado para o controle dos corpos e subjetividades femininos.
Em tempos em que uma narrativa cientificista e misógina, se utiliza da Biologia e do conceito de "relógio biológico feminino" para nos acusar de uma inutilidade gradual, que se instala à medida que envelhecemos e perdemos a capacidade reprodutiva de óvulos e colágeno, é imprescindível que esses temas recebam também a devida importância. Não devemos nos esconder ou fugir de um processo natural e tão humano, bonito, também capaz de nos trazer dignidade e alegria.
Eu, aos 32 anos e com os primeiros cabelos brancos, preciso manter a crença de que não temos prazo de validade em vida e que, nossa capacidade criativa persiste enquanto persistimos.
Então, com essa necessidade de buscar inspiração e esperança, trago uma seleção de mulheres incríveis que desfilaram pelo Tapete Vermelho da premiação, os melhores looks do Globo de Ouro 2025, nos mostrando as possibilidades de não se submeter aos preconceitos do século passado.
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Nesta primeira seleção, temos as divas que escolheram tecidos metalizados e de muito brilho, apenas nos confirmando o status de Estrelas de Cinema. A premiada da noite, Demi Moore, veste Giorgio Armani Privé no vestido bem estruturado, com aplicação e recorte assimétrico no decote, modernizando um clássico, e joias Cartier.
Cate Blanchett destacou-se ao reutilizar um vestido dourado da Louis Vuitton, previamente usado no Festival de Cannes de 2024, reforçando a mensagem de uma moda sustentável até no luxo do Tapete Vermelho. O vestido, confeccionado com micro miçangas douradas, pedras personalizadas na parte frontal, e volume nos ombros, também a ideia de modernizar um clássico.
Sharon Stone apostou em um vestido da coleção de Alta-Costura Verão 2014 do estilista Georges Chakra, demonstrando a tendência de reutilização de peças mais antigas de alta moda em eventos contemporâneos. De um ombro só, nas cores azul e preto, apresentando detalhes drapeados e um nó lateral.
Tilda Swinton, reconhecida por suas escolhas estéticas andróginas, traz em si uma subversão dos códigos de vestimenta usando um clássico Chanel, que teria uma mensagem completamente diferente se usada por uma pessoa de estética, também, mais clássica.
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Jean Smart, vencedora do prêmio de Melhor Atriz em Série de Comédia ou Musical por "Hacks", desfilou no tapete vermelho com um vestido que apresentava um design clássico, com linhas limpas e uma silhueta fluida, com faixa marcando a cintura e decote transpassado, levemente drapeado, em um tom de azul que valorizou sua beleza.
Lisa Ann Walter optou pelo vermelho complementar, vestido sob medida da grife Marchesa, evidenciando a colaboração entre a atriz e a renomada casa de moda. Em seda faille, com corte sereia e ombros à mostra, realçando sua silhueta e provando que não há idade para a expressão de sensualidade.
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Nossa representante, 'Estrela de Cinema' Fernanda Torres, usou um vestido longo preto, de mangas compridas, assinado pelo estilista belga Olivier Theyskens. O destaque da peça foi a longa fenda lateral e o decote nas costas, que conferiram um toque sensual ao visual.
O vestido apresentava uma silhueta clássica, com mangas longas que equilibravam a ousadia da fenda lateral e do decote nas costas. A fenda lateral proporcionou um movimento fluido à peça, enquanto o decote nas costas adicionou um elemento de surpresa e sofisticação. Escolheu joias do designer brasileiro Fernando Jorge, que complementaram perfeiteitamente o look. A maquiagem, assinada por Simone Almekias-Siegl, e o penteado com o rosto à mostra, assinado por Anthony Campbell, destacaram ainda mais sua beleza natural.
Allison Janney optou por um pretinho básico, criado pelo renomado designer Christian Siriano, apresentando um design que poderíamos dizer até simples, mas entregando sofisticação, elegância e sensualidade no recorte dos ombros e fluidez do tecido, sendo o colar o ponto de atenção do look.
Fran Drescher escolhe um vestido preto de comprimento total, assinado pela renomada grife Dolce & Gabbana. O modelo apresenta um corset com recortes no bojo e tiras no decote, formando uma imagem geométrica, e silhueta ajustada realça suas curvas. O tecido opaco da saia em contraste ao brilho do corset, traz modernidade enquanto a escolha da echarpe acrescenta a elegância de um visual mais clássico. Jennifer Coolidge usa vestido em camadas fluidas, apostando em visual mais clássico, na silhueta e na escolha do contraste em preto e cinto branco, realçando a cintura. As mangas longas adicionavam um toque de formalidade.
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Por último, mas não menos importante, as divas da melhor idade mostrando que é possível conciliar o conforto, a criatividade e elegância. Glenn Close escolheu um vestido da grife Balmain, conhecida por suas criações de alta costura que mesclam tradição e inovação. A peça fazia parte da coleção Resort 2025 da marca. O corte é clássico em veludo preto e usa da criatividade em sua estampa de caligrafia bem desenhada, ombreiras bem acentuadas e saltos Christian Louboutin de design moderno, no melhor estilo dramático.
Kathy Bates desfilou no tapete vermelho com um look que combinou o retrô, o clássico e o moderno no melhor estilo hi-lo. Ela usou um blazer metalizado e bordado, de ombreiras e barra arredondada, com um corte retrô, assim como seu penteado. Combinado com calça em alfaiataria preta e tênis esportivo, cria o contraste interessante entre formalidade e casualidade.
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