Um desfile para a história: a maior campeã do Carnaval carioca fecha com chave de ouro e leva o público a uma jornada musical inesquecível!

Se tem uma coisa que a Portela sabe fazer é emocionar. E foi exatamente isso que aconteceu quando a Águia de Madureira abriu suas asas na Marquês de Sapucaí, encerrando os desfiles do Grupo Especial com um espetáculo digno de sua grandiosidade. O enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol”, uma homenagem ao gigante da MPB, Milton Nascimento, não foi apenas um desfile, mas uma experiência sensorial que arrebatou o público e mostrou, mais uma vez, porque a escola é a maior campeã do Carnaval carioca.

A escola veio conduzida pelos carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues, que assinaram um projeto ambicioso e sensível, costurando o enredo como uma verdadeira sinfonia visual. A narrativa do desfile foi dividida em cinco atos: manhã, sol a pino, entardecer, noite e amanhecer, representando as fases da vida e da obra de Milton. Cada momento trouxe uma explosão de cores, ritmos e emoções que fizeram jus ao homenageado.
Quando o samba encontra o coração

Se há uma fórmula para o sucesso no Carnaval, a Portela seguiu à risca: um samba-enredo forte, uma bateria pulsante e uma comunidade apaixonada. O hino portelense deste ano, assinado por Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira, trouxe uma melodia envolvente que fez a Sapucaí inteira cantar junto. Não era só um desfile, era um coro uníssono de amor à música e à cultura brasileira.

E a Bateria Tabajara? Ah, mestre Nilo mostrou mais uma vez por que comanda uma das batucadas mais tradicionais e potentes do Carnaval! Com afinação impecável e um swing que fluiu de maneira magistral com o samba-enredo, a bateria levantou arquibancadas e camarotes. O início veio com um andamento mais acelerado, mas logo encontrou a cadência perfeita para embalar a escola até a Apoteose.
Dança, arte e magia na Avenida

Os casais de mestre-sala e porta-bandeira da Portela deram um show à parte. O primeiro casal, Marlon Lamar e Squel Jorgea, hipnotizou o público com um bailado que misturou tradição e inovação. Squel girava com suavidade e firmeza, como se estivesse sendo guiada pelas próprias notas musicais de Milton. Marlon, por sua vez, trouxe um gingado sofisticado, valorizando cada detalhe da coreografia com gestos amplos e cheios de poesia.
O segundo casal, Emmanuel Lima e Thainara Matias, também brilhou, incorporando elementos da letra do samba na coreografia e demonstrando total sintonia com o enredo. Já o terceiro casal, Vinicius Jesus e Osanna Baptista, dançou com leveza e emoção, saudando o público com sorrisos e rodopios que pareciam desafiar a gravidade.
Uma Portela clássica e emocionante

Se o samba-enredo embalou o coração dos foliões, as fantasias e alegorias encantaram os olhos. A Portela resgatou um pouco de sua essência mais clássica, apostando em figurinos que valorizavam a arte do bordado, das rendas e dos pequenos detalhes que fazem a diferença. Nada de fantasias pesadas e difíceis de carregar – os componentes brilharam com roupas que pareciam feitas sob medida para dançar ao som de Cais, Travessia e Maria, Maria.
As alegorias vieram grandiosas, mas sem exageros. A última, que trouxe Milton Nascimento como grande homenageado, foi o momento mais emocionante da noite. Quando o carro passou, o público se levantou, aplaudiu e cantou junto. Parecia que a Sapucaí inteira queria agradecer ao cantor e compositor por sua imensa contribuição à música brasileira.
Rumo ao título?
Com um desfile impecável e um enredo que tocou fundo no coração dos foliões, a Portela sai como uma das grandes favoritas ao título deste ano. Claro, a disputa está acirrada, mas uma coisa é certa: a Águia voou alto mais uma vez e provou que sua história no Carnaval carioca segue sendo escrita com emoção, tradição e, acima de tudo, paixão.

Agora, resta aguardar as notas dos jurados. Mas, independentemente do resultado, a Portela já conquistou algo ainda mais valioso: a memória afetiva de quem esteve na Avenida e se deixou levar pela poesia desse desfile inesquecível.
Que venha a apuração! E que o Carnaval nunca perca essa capacidade mágica de nos transportar para um mundo onde a música, a arte e a alegria reinam soberanas. Salve a Portela!
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