Pioneirismo e cuidado: o que o audiovisual nos ensina sobre saúde mental e diversidade nos bastidores
Já parou para pensar no impacto das produções audiovisuais sobre os próprios profissionais envolvidos? Em uma época em que maratonamos séries que nos emocionam e desafiam, pouco refletimos sobre o que acontece por trás das câmeras — especialmente quando o assunto envolve temas sensíveis, como o racismo estrutural e a violência. É aqui que a minissérie Os Quatro da Candelária se destaca não apenas pela história contada, mas por inovar em como cuidar de quem a conta.
A trama, inspirada nas 36 horas que antecederam a trágica chacina da Candelária, vai além da ficção ao misturar relatos reais em um roteiro sensível e potente. Mas o grande marco foi o trabalho desenvolvido pela Casa Ojô, empresa brasileira que trouxe o conceito de “cuidadoria” para o set, colocando a saúde mental dos jovens atores e suas famílias no centro das atenções.
Um novo olhar para os bastidores
Historicamente, a indústria audiovisual não era conhecida por priorizar o bem-estar de seus profissionais, muito menos quando se tratava de crianças e adolescentes. Casos como o de Fernando Ramos da Silva, o eterno Pixote, nos lembram das feridas deixadas em quem dá vida a histórias tão duras.
Nesse contexto, a Casa Ojô surge como uma força transformadora. Formada por especialistas em arte, educação e diversidade, a empresa implementou um programa de acompanhamento psicossocial que vai além das exigências legais. A proposta? Criar um ambiente de acolhimento que integra saúde emocional, desenvolvimento pessoal e os tão falados valores ESG (ambiental, social e governança).
Com nomes como Nana Santana e Rodrigo Abreu à frente, a Casa Ojô mostrou que é possível aliar arte e cuidado, ao oferecer suporte individualizado, mediação de conflitos e oficinas socioemocionais. “Não é apenas sobre prevenir crises, mas sobre formar pessoas mais preparadas para os desafios da vida e da profissão”, comenta Davi Heller, um dos sócios da empresa.
Impactos que vão além do set
E o resultado? Jovens atores mais seguros, uma equipe mais integrada e, claro, uma produção de sucesso que inspira não apenas pelo que entrega, mas pelo como faz. Para Rodrigo Abreu, o modelo da Casa Ojô é um convite para que o mercado repense seus métodos. “A transformação começa quando líderes reconhecem que saúde mental e diversidade não são custos, mas investimentos.”
Dados recentes reforçam essa perspectiva. Segundo um estudo da McKinsey, empresas que promovem ambientes de trabalho inclusivos são 35% mais propensas a superar suas concorrentes em termos de performance financeira. E se o lucro é um argumento forte, o impacto humano é ainda mais poderoso.
O cuidado como um futuro possível
A experiência de Os Quatro da Candelária deixou claro que o caminho está aberto para novas iniciativas. Mas será que o mercado audiovisual brasileiro está pronto para abraçar essa mudança? Será que cuidaremos de nossos talentos como eles merecem?
Seja como for, a Casa Ojô mostra que há um modelo sustentável e humano para criar histórias que tocam o coração sem sacrificar quem as vive. E talvez, ao assistir à série, você veja além do drama: a possibilidade de um audiovisual mais consciente, empático e transformador.
E você, o que acha? O cuidado nos bastidores deveria ser tão prioritário quanto o brilho das telas?
Um grande avanço para o mercado. Parabens, Casa Ojo . Vou pesquisar mais sobre vocês.