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Da redação

O Maior Apagão Cibernético da História: Impactos e Reflexões para o Futuro

Nesta última sexta-feira, 19 de julho, um apagão cibernético sem precedentes afetou serviços essenciais em diversos países, deixando um rastro de caos e incertezas


Apagão Cibernético

Na manhã da última sexta-feira (19), o mundo foi surpreendido por um dos maiores apagões cibernéticos da história. Empresas aéreas, de telecomunicações e de finanças enfrentaram graves problemas, especialmente os usuários dos serviços da Microsoft. No Brasil, os relatos de dificuldades começaram por volta das 7h, com aplicativos bancários fora do ar, transtornos em hospitais e postos de combustíveis, enquanto atrasos em voos internacionais se multiplicavam devido às instabilidades em outras regiões.

O incidente, que atingiu países em todos os continentes, expôs a fragilidade da infraestrutura digital global. Segundo a Organização Mundial do Comércio, as perdas econômicas globais podem ultrapassar os 100 bilhões de dólares, refletindo a gravidade do impacto em serviços essenciais e na economia mundial.

A interrupção começou a ser sentida na Europa, onde bancos como o HSBC e Deutsche Bank registraram dificuldades no acesso às contas online e operações financeiras. Na Ásia, gigantes como a China Mobile e NTT Docomo também enfrentaram instabilidades, afetando milhões de usuários. Nos Estados Unidos, empresas como Delta Airlines e Verizon sofreram interrupções significativas, levando a cancelamentos e atrasos de voos e falhas nas comunicações.

No Brasil, embora os sistemas dos aeroportos tenham permanecido estáveis, os atrasos nos voos internacionais causaram um efeito cascata. Hospitais em São Paulo e Rio de Janeiro relataram dificuldades em acessar prontuários eletrônicos, comprometendo atendimentos emergenciais. Em postos de combustíveis, a falta de conexão com sistemas de pagamento causou longas filas e frustração entre os consumidores.

Tecnologia

Especialistas em cibersegurança acreditam que a origem do problema esteja em uma falha nos servidores de autenticação da Microsoft, potencialmente agravada por um ataque cibernético coordenado. A empresa ainda não divulgou detalhes oficiais sobre o incidente, mas investigações preliminares sugerem que hackers possam ter explorado vulnerabilidades conhecidas para desencadear o apagão.

Apagão Cibernético Pelos Olhos De Um Especialista

Para entender melhor a extensão e as implicações desse apagão cibernético, conversamos com Alberto Leite, especialista em cibersegurança e fundador do Grupo FS, que atua no setor de tecnologia e soluções digitais. Sua análise ajuda a iluminar os aspectos técnicos e sociais desse fato.

"A tese de falha é reforçada pelo fato dos sistemas voltarem a funcionar ao retornar para a versão anterior. Uma atualização de software emitida pela CrowdStrike parece ser a raiz do problema, resultando em falhas em máquinas que operam o Windows, da Microsoft".  Explica Alberto.

Para Leite, a solução para o problema pode ser simples, mas o mercado precisa entender como isso aconteceu. "Mas para mim, a pergunta que fica é: como esse arquivo defeituoso, que não era nem para estar aí, foi parar lá? Pode ter havido um erro humano na hora de codificar e construir o drive, mas é pouco provável. Provavelmente nunca vamos saber a exata razão", comenta o fundador do Grupo. 

O especialista destaca que hoje o mundo pôde sentir a relevância do tema de cibersegurança, que muitas vezes fica restrito aos profissionais de TI. "Quando falamos sobre ciberataque, as pessoas pensam que é coisa de ficção, Black Mirror. Hoje, estamos experimentando o que seria se tivéssemos um, qual impacto teria", diz Leite.

Este evento reforça a necessidade urgente de fortalecer as defesas cibernéticas em nível global. A dependência crescente da tecnologia e da internet para operações diárias expõe sociedades a riscos significativos, como evidenciado pelos transtornos causados hoje. Dados da International Data Corporation (IDC) indicam que o investimento em cibersegurança deve crescer 10,4% em 2024, totalizando cerca de 150 bilhões de dólares.

Refletir sobre os rumos que a digitalização extrema pode causar é imperativo. Este apagão é um alerta: a infraestrutura cibernética mundial precisa de reforços. Governos, empresas e cidadãos devem se preparar melhor para lidar com futuras crises tecnológicas.

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