A Mpox, causada pelo vírus Orthopoxvirus, reacendeu o alerta global desde sua declaração como emergência de saúde pela OMS. Embora seja transmitida por fluidos corporais, contato pele a pele e objetos contaminados, essa infecção ganhou atenção ao também ser transmitida durante relações sexuais, apesar de não ser exclusivamente uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).
A história de doenças virais no Brasil nos ensina a importância de ações rápidas e vigilância constante. Assim como na época da varíola, erradicada nos anos 1970, hoje nos encontramos novamente diante da necessidade de uma resposta coletiva para conter esse novo desafio. O infectologista Celso Granato reforça que o principal meio de contágio da Mpox é o contato direto com lesões cutâneas, que podem aparecer em diversas partes do corpo, inclusive na boca e órgãos genitais. Essa forma de transmissão, em meio a interações cotidianas, torna o controle do vírus ainda mais desafiador.
Dados recentes apontam que a maioria dos casos de Mpox foi registrada em adultos jovens, mas também houve infecções em crianças, comprovando que não se trata de uma infecção restrita à atividade sexual. O Brasil, com sua rede de laboratórios como o Instituto Adolfo Lutz e a Fiocruz, tem investido em diagnósticos precisos através do PCR, uma técnica fundamental para a detecção do DNA viral. Com um período de incubação que pode variar de 5 a 21 dias, os sintomas iniciais de febre, dores no corpo e erupções cutâneas pedem atenção redobrada.
Granato ressalta que, apesar de existirem vacinas eficazes, sua disponibilidade ainda é limitada, sendo destinada principalmente àqueles que tiveram contato próximo com casos confirmados. Como na história recente de outras epidemias, a prevenção, educação e diagnóstico precoce são nossas melhores armas contra a disseminação da Mpox.
Se o Brasil tem algo a nos ensinar, é que quando o assunto é saúde pública, somos todos parte de uma mesma luta, e cada decisão conta.
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