Concorrente do Ozempic, medicamento promete revolucionar o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. Mas será que vale o hype?
Nos últimos anos, o mercado de medicamentos para controle de peso e diabetes virou um verdadeiro fenômeno. Com o Ozempic e o Wegovy conquistando celebridades e anônimos mundo afora, agora é a vez do Mounjaro entrar no jogo. Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, o remédio finalmente chega ao Brasil com data marcada e preço definido.
E a pergunta que não quer calar: ele é realmente melhor que o Ozempic?
O que é o Mounjaro e por que ele é diferente?
O Mounjaro tem um princípio ativo chamado tirzepatida, que pertence à classe dos análogos de GLP-1 – os mesmos que fizeram do Ozempic um sucesso. Mas o grande diferencial do novo medicamento está na dupla ação: além de atuar no receptor GLP-1, também age no receptor GIP.
Na prática, isso significa que o Mounjaro pode proporcionar uma perda de peso ainda mais significativa, além de um controle glicêmico potencialmente superior.
E os estudos clínicos confirmam isso:
Média de perda de peso com Mounjaro: 22,8 kg
Média de perda de peso com Ozempic: 15 kg
Olhando apenas para os números, o Mounjaro parece promissor. Mas antes de correr para a farmácia, é bom entender todos os detalhes.

Quando o Mounjaro chega ao Brasil?
Depois de meses de espera, o Mounjaro finalmente tem data para desembarcar no país: 7 de junho de 2025.
A Anvisa já havia aprovado sua comercialização em setembro de 2023, mas a alta demanda global atrasou a chegada do medicamento por aqui. Agora, ele será encontrado em farmácias brasileiras na versão caneta injetável de aplicação semanal – assim como o Ozempic.
E, claro, a expectativa está lá no alto.
E o preço? Vai caber no bolso dos brasileiros?
Aqui vem um ponto delicado: o preço do Mounjaro no Brasil será de R$ 3.627,82 por mês de tratamento. Isso inclui quatro doses, ou seja, uma aplicação por semana.
Comparação com concorrentes:
Ozempic (semanal, 1 mg): cerca de R$ 900 a R$ 1.000
Wegovy (semanal, 2.4 mg): cerca de R$ 1.400 a R$ 1.600
Mounjaro (semanal, 15 mg): R$ 3.627,82
Ou seja, ele chega com preço bem mais alto que os concorrentes – e isso pode ser um grande desafio para a popularização do tratamento. O valor pode variar dependendo da farmácia e das condições de compra, mas ainda assim, a acessibilidade será um fator crucial para seu impacto no mercado nacional.
Quem pode tomar o Mounjaro?
O Mounjaro foi aprovado para o tratamento do diabetes tipo 2, mas, assim como o Ozempic, muitos médicos já começaram a prescrevê-lo para perda de peso em pacientes obesos.
💡 Pontos importantes:
✅ Indicado para: pacientes com diabetes tipo 2 ou obesidade severa, sempre com acompanhamento médico.
❌ Não indicado para: pessoas com histórico de câncer medular de tireoide, pancreatite ou problemas graves no fígado e rins.
⚠️ Possíveis efeitos colaterais: náusea, vômito, diarreia, prisão de ventre, dor abdominal e fadiga.
Ou seja: não é uma fórmula mágica. Assim como qualquer medicamento, o Mounjaro precisa ser usado com responsabilidade e acompanhamento médico.
E o impacto na saúde brasileira?
Com cerca de 12,3 milhões de brasileiros vivendo com diabetes tipo 2 e mais de 60% da população com sobrepeso ou obesidade, o Mounjaro chega como uma nova esperança para milhões de pessoas.
Mas a grande questão continua sendo o acesso ao tratamento. Com um preço que ultrapassa os R$ 3.600 por mês, poucos brasileiros poderão pagar pelo medicamento.
Se o SUS ou os planos de saúde incluírem o Mounjaro em seus tratamentos, ele pode se tornar um divisor de águas no combate à obesidade e ao diabetes no Brasil. Caso contrário, continuará sendo um privilégio de poucos.

Vale a pena trocar o Ozempic pelo Mounjaro?
A resposta é: depende do seu caso e da orientação médica.
Se os estudos clínicos forem um indicativo, o Mounjaro pode sim ser mais eficiente na perda de peso e no controle glicêmico do que o Ozempic. Mas também vem com um preço alto e potenciais efeitos colaterais que precisam ser avaliados caso a caso.
O que sabemos com certeza é que a chegada do Mounjaro no Brasil representa um avanço significativo no tratamento dessas condições. Agora, resta saber se esse avanço será acessível para quem realmente precisa – ou se continuará sendo um luxo restrito a poucos.
E você, o que acha dessa novidade? Vale o investimento?
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