Aos 33 anos, Aline Ferreira perdeu a vida depois de passar por um procedimento estético de preenchimento com PMMA, contraindicado pela Anvisa. O corpo da modelo foi enterrado hoje
Na incessante busca pela perfeição, o mundo da estética pode ser tão glamoroso quanto mortal. Aline Ferreira, influencer e modelo de 33 anos, é a mais recente vítima desse universo traiçoeiro. Com mais de 45 mil seguidores no Instagram, Aline divulgava roupas, biquínis e clínicas de beleza, celebrando seu sucesso com fotos e vídeos. Em 23 de junho, no entanto, sua busca pela beleza perfeita a levou a um procedimento estético fatal.
Aline passou por uma intervenção para preencher os glúteos com polimetilmetacrilato (PMMA), uma substância contraindicada pela Anvisa. Dias depois, ela começou a se sentir mal e foi internada em Brasília. Na última terça-feira, Aline morreu devido a uma infecção generalizada. A responsável pelo procedimento, a biomédica Grazielly da Silva Barbosa, foi presa ontem. E a pergunta que fica no ar é: até onde vai a busca pela beleza?
No centro desse drama está a clínica Ame-se, de propriedade de Grazielly, localizada em Goiânia. Funcionando desde novembro do ano passado, a clínica realizava procedimentos estéticos sem o devido registro no Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região. Amigos e familiares de Aline relatam que ela começou a se sentir mal logo após o procedimento, com febre e dores. Quatro dias depois, desmaiou e foi levada ao hospital, onde sofreu duas paradas cardíacas antes de falecer.
Essa tragédia expõe os perigos de procedimentos estéticos realizados por profissionais não qualificados. Dermatologistas alertam sobre os riscos de buscar alternativas mais acessíveis sem verificar a qualificação dos profissionais. Falam principalmente sobre a importância de consultar apenas médicos, preferencialmente dermatologistas ou cirurgiões plásticos, para qualquer procedimento estético.
O polimetilmetacrilato (PMMA), substância usada no procedimento de Aline, é indicado pela Anvisa apenas em casos específicos, como deformidades corporais causadas por doenças graves. O dermatologista explica que o PMMA pode causar respostas inflamatórias severas no organismo, levando a necrose, deformações e até insuficiência renal. Mesmo procedimentos considerados "simples", como preenchimentos com ácido hialurônico, podem ser perigosos se realizados por profissionais não capacitados.
Este não é um caso isolado. Em fevereiro, a dentista Hellen Kacia Matias da Silva foi acusada de deformar pacientes após realizar procedimentos estéticos de forma irregular. Em maio, a empresária Fábia Portilho morreu após cirurgias plásticas em Goiânia. Esses casos ilustram os riscos de se submeter a procedimentos com profissionais não qualificados e em clínicas sem regulamentação adequada.
A liberação do PMMA pela Anvisa é restrita e seu uso indevido para fins estéticos representa um grave risco à saúde. O caso de Aline é um triste lembrete de que a busca pela beleza pode ter consequências fatais quando realizada sem os devidos cuidados. É crucial que todos os procedimentos estéticos sejam realizados por profissionais habilitados e em locais devidamente regulamentados.A morte de Aline Ferreira é um alerta. Na busca incessante pela perfeição, é fundamental priorizar a segurança e a saúde. A influência de Aline nas redes sociais não a protegeu dos perigos escondidos nos procedimentos estéticos mal conduzidos. Que sua trágica história sirva de lição para todos nós sobre a importância de procurar profissionais qualificados e seguir as recomendações de órgãos reguladores.
O corpo de Aline foi enterrado hoje, 04 de julho, no Cemitério do Gama–DF. Deixa para trás uma família, dois filhos, amigos e seguidores que ainda tentam entender como a busca pela beleza resultou em uma perda tão irreparável. A questão que permanece é: até onde estamos dispostos a ir pela perfeição? O preço da beleza não pode ser a vida.
E você, caro leitor, conte-nos o que acha dessa busca incessante pela beleza perfeita.
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