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Nadia Aurelio

Maria Madalena - Rainha intransitiva da nova era!

Atualizado: 3 de jan.

" O legado feminista de Maria Madalena".



 Minha amiga poderosa!


Na semana passada, estávamos aqui, eu e você, confabulando a respeito dos meandros pelos quais o patriarcado exerce seu domínio. E do medo que eles têm de uma mulher que diz NÃO. A prova de que esse medo é estrutural, é que, antes do surgimento da imposição cristã, o lugar da mulher era em toda parte, porque em tudo sobre a terra se reconhecia o poder feminino.


No entanto, o cristianismo apropriou-se deste reconhecimento, explorando o poder das mulheres para criar vida através da gravidez, apoiando a demonização da feminilidade e do “desejo”, por exemplo, numa mãe, propagando fortemente o conceito de pecado, e um Deus de "execução", que pune cruelmente uma mulher que não se limita ao aspecto doméstico, impondo também a ideia de que, conhecer e explorar o próprio corpo e os seus desejos é vergonhoso. A feminilidade, a fertilidade feminina era apontada como desvio de conduta. Ora gurias, vamos começar a questionar as coisas que dizem para a gente né? Vocês são inteligentes e donas de si o suficiente para se perguntarem algumas coisas. Como:

 

Se Maria Madalena era a esposa de Jesus, e gerou três filhos dele, alguém duvida que Jesus conhecia muito bem o trabalho dela com o Sagrado Feminino, e que jamais renegaria o legado de amor que o Sagrado Feminino tem para trazer ao mundo? Ora, qual é o primeiro, e mais importante mandamento de Deus? A única lei? O AMOR! Depois de tudo que te contei sobre o Sagrado Feminino, você ainda tem alguma dúvida de que Jesus apoiava total e integralmente esse trabalho? Diante disso, você acredita mesmo que Jesus puniria qualquer mulher? Alguém acredita mesmo que Jesus concordaria com a imposição cristã que usava seu nome para desqualificar e anular mulheres?


 Se Jesus escolheu Maria Madalena para sua esposa, e ela, por sua vez, ele para esposo, ninguém percebe que Jesus era o grande apoiador de todo esse poder da mulher? Sim, ele sabia que ninguém melhor que uma mulher para pregar aos quatro ventos o seu ensinamento. Então, sim, Ele escolheu Maria Madalena, porque ela, além de ser a mulher a quem ele amava, também carregava em sua essência todo o conhecimento, ferramentas e amor necessários para lidar com o sofrimento que já era destinado a ela antes mesmo de conhecê-Lo, pois ela já fazia parte do Sagrado Feminino quando se envolveu com Jesus.


Ou seja, Jesus exaltou para o mundo o poder da mulher, quando a incentivou a continuar seu trabalho, tanto é que, ele a incumbiu de levar para o mundo seus ensinamentos. Inclusive, esse é outro fato que gera ira insana no patriarcado: Jesus, um ser do gênero masculino, teve a ousadia de aparecer para uma mulher, justamente para uma mulher, assim que ressuscitou. E deu a ela a missão mais importante do mundo. A sociedade conservadora, ortodoxa e machista daquela época (que diga-se de passagem, ainda anda por aí) jamais poderia aceitar isso. Então, a fúria contra as mulheres aumentou, pois ninguém era homem o suficiente para “peitar” Jesus por esse ato. Eles são machos apenas com mulheres. Alguém, então, depois do que eu disse, ainda acredita mesmo que, se Jesus acreditasse que Maria Madalena não era divina o suficiente para estar ao seu lado, ele a desposaria?


Não está claro então que algo está errado nessa história da carochinha que o cristianismo vem nos contando há milênios sobre ela? E também sobre “pecado”, sobre punição e todo esse papo que já conhecemos bem? Você realmente nunca se questiona sobre esses fatos amiga deusa?


Como, a não ser através da imposição do medo, e do autoritarismo, se conseguiria conter a fonte natural e divina de Deus concedida a nós mulheres? A ira é justamente essa: o poder está conosco por natureza e autorização divina, porém, a misoginia milenar do machismo jamais aceitou, aceita, ou mesmo aceitará, que isso nos foi dado por natureza, porque nós mulheres, TODAS, assim como as mulheres nórdicas, não somente somos porta vozes dos deuses, mas o próprio Deus. E, sendo Deus considerado um ser do gênero masculino pelo cristianismo, o fato dele ter concedido à mulher o poder de representá-lo na terra, jamais será engolido por um homem que “se preze” o suficiente na lógica misógina e machista.


Essa cultura do medo, do pecado original, usando a mulher como exemplo de devassidão que leva o homem a desviar do seu caminho, como se ele não conseguisse tomar as rédeas da própria vida (e se não consegue, que vá aprender), fundamentou toda a formação social e religiosa do ocidente. Tanto que ainda hoje, temos, numa sociedade que se considera evoluída, como a de 2023, lições (olha a palavra que usei), que ensinam a mulher a continuar como “salvadora da pátria” de um homem, sempre disposta a compreender suas indiscrições, falas, atitudes e comportamentos. Como se fôssemos centro de reabilitação para homens. E assim, vamos perpetuando, validando e fortalecendo ainda mais uma estrutura milenar de subserviência feminina.


Amiga Diva, desejo que nosso papo tenha despertado em ti a vontade de ser mais “sua” do que nunca.


Até semana que vem. Um beijo.

 

 

 

 


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