Pipilotti Rist, Rebeca Carapiá e Rivane Neuenschwander trazem arte imersiva e política ao museu
Inhotim, localizado em Brumadinho, Minas Gerais, é sinônimo de encontro entre arte, natureza e reflexão. E a partir de 19 de outubro, três novas exposições prometem mexer com os sentidos de quem passar por lá. Pipilotti Rist, Rebeca Carapiá e Rivane Neuenschwander, grandes nomes da arte contemporânea, trazem obras que não só impressionam visualmente, mas também nos fazem pensar sobre o corpo, a natureza e o papel político da arte.
Para quem busca experiências imersivas, a suíça Pipilotti Rist apresenta Homo sapiens sapiens (2005), uma videoinstalação que transforma a Galeria Fonte num espaço sensorial, onde o público se deita em pufes e tapetes para ver as imagens projetadas no teto. A obra, filmada há quase 20 anos nos jardins de Inhotim, só agora retorna ao local. Com músicas compostas pela própria artista, em parceria com Anders Guggisberg, Homo sapiens sapiens nos convida a uma profunda conexão com o cosmos, o corpo e os sentidos, num cenário que é puro deleite.
Enquanto isso, Rebeca Carapiá, baiana que já vinha despontando com suas esculturas imponentes, apresenta a obra comissionada Apenas depois da chuva (2024). Carapiá, que explora a relação entre água e território, traz uma instalação monumental com peças de até cinco metros, expostas ao ar livre. Essa conexão entre o ferro e o ambiente natural de Inhotim cria uma paisagem de forte impacto visual e emocional, levando-nos a refletir sobre nossa relação com a terra e com o tempo.
Já Rivane Neuenschwander, uma das artistas brasileiras mais importantes da atualidade, ocupa a Galeria Mata com sua individual Tangolomango (2024). A mostra reúne obras de diversas fases da carreira da artista, sempre abordando temas políticos e sociais. Com uma abordagem crítica e poética, Rivane mexe com a memória, a ecologia e até mesmo com a história política do país, como na obra Alegoria do Medo (2018), que discute o medo como ferramenta de controle social. Neuenschwander, que já tem obras permanentes no museu, expande aqui suas pesquisas mais recentes, num diálogo profundo com o público.
Essas exposições não só reafirmam o papel de Inhotim como um dos maiores centros de arte contemporânea do mundo, mas também provocam o visitante a enxergar além da beleza imediata. As temáticas abordadas – do corpo e natureza à crítica social – são reflexões urgentes em tempos de profundas transformações.
E aí, bora nessa? Uma viagem a Inhotim em outubro será mais do que um passeio. Será uma imersão num mundo onde arte e vida se fundem, e onde cada obra nos faz questionar e repensar o nosso lugar no mundo.
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