O pré-lançamento da primeira edição do IFWB (Indígena Fashion Week Brasil) aconteceu na última sexta-feira, dia 21 de fevereiro no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), no Centro do Rio de Janeiro, em uma verdadeira celebração da moda nacional na presença de estilistas, designers, influenciadores e lideranças indígenas.

No realese enviado aos convidados, destaca-se essa fala:
"Criado e organizado pela Associação dos Povos Originários (APORI), o IFWB surge como um movimento de valorização da moda indígena autoral, promovendo o protagonismo de criadores indígenas e o reconhecimento de suas narrativas estéticas. O evento pretende apresentar ao mundo uma moda conectada com a natureza, com processos de produção sustentáveis e resgate de saberes tradicionais."

Hoje, trago o meu olhar, como espectadora desse evento ímpar, com a intenção de pensarmos sobre construção de moda, estilo e o conceito da sustentabilidade tão urgente na atualidade. Esse tema, muitas vezes tratado como uma tendência na moda ocidental, não é uma pauta distante para os povos indígenas e é um modo de vida, uma filosofia, uma estrutura de pensamento que sustenta suas práticas e criações.
Ouvi na palestra que eles não fazer artesanato, fazem ARTE. E eu concordo completamente. Há expressão de ancestralidade, identidade e história a cada tecer. É lindo ver qualquer discursos do tipo "não temos moda nacional" cair por terra em alguns segundos.
No evento, ficou ainda mais evidente como o pensamento circular, o respeito pelos ciclos da natureza e o aproveitamento integral dos recursos sempre foram parte das culturas indígenas. É impossível pensar em fazer a diferença na moda nacional sem a cultura material e imaterial dos povos originários. Cada trama e cada grafismo expressam narrativas vivas, que se sustentam há séculos apesar da colonização, da marginalização e do apagamento histórico.

Saí do evento com a certeza de que o futuro da moda precisa ser construído a partir desses saberes. E estou esperançosa por um novo caminho mais consciente, mais plural, mais verdadeiro.
Estou imensamente grata a todas as pessoas e iniciativas envolvidas nessa construção. Vamos fortalecer e amplificar essa moda que sempre esteve aqui, mas que agora, finalmente, está ocupando os espaços que merece no território nacional.

Vivam as criações de arte que nos encantou na passarela da ancestralidade e história nesse pré-lançamento impactante. Deixo aqui alguns instagrans para acompanharem o trabalho: @kunpi.arqueomoda @ifwb_ofc @originarias @sioduhi @exnaoficial @sioduhistudio @aporiorg @crabsebrae @nalimo___ ( e outros)
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