O poeta, crítico, escritor e ator carioca Igor Fagundes lançou, na última sexta-feira (27), na Blooks Livraria, em Botafogo, Rio de Janeiro, seu décimo sexto livro (o sétimo de poesia), SANTO (Ventura Editora).
A obra une a arte literária às artes cênicas (dança e performance) e às artes visuais (fotografia). Doutor em Ciência da Literatura na área de Poética pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fagundes também é professor na mesma universidade, nos cursos de graduação e pós-graduação em Dança.
O Santo de Igor Fagundes é forte: lotou por aproximadamente quatro horas a Blooks Livraria. Programado para iniciar às 18h30, o evento precisou começar uma hora antes, às 17h30, devido à fila já formada e que se estendeu, ininterrupta, até as 22h. O público presente contou com os autógrafos do autor e do artista de dança Will Santorinne, também carioca e que figura como o Santo nomeado por Igor Fagundes ao longo do livro.
Em texto e em imagens, a saga de arte e vida de Santorinne em torno das artes do corpo e sobre seu poder de encantamento sobre os outros é performada poeticamente por Igor Fagundes, responsável, ainda pela concepção de capa e todo o projeto gráfico em sinergia com as lentes poderosas dos fotógrafos Anderson Rangel (Brasil), AJ (Alemanha), Lucja Romanowska (Polônia) e Nils Jöhnk (Inglaterra). Professor de dança admirado e artista multifacetado, Santorinne é performer com experiência internacional, especialmente na Alemanha.
A noção de “Santo” (que não deixa de remontar ao sobrenome artístico Santorinne e ao nome de batismo Wilson dos Santos) é ressignificada por todo o livro. Para além de qualquer apelo religioso, os sentidos se multiplicam na ultrapassagem das dualidades entre a pureza e o pecado, o bem e o mal, o divino e o diabólico, o sagrado e o humano, a espiritualidade e a corporeidade. Segundo o autor, “a corporeidade é a sacralidade do profano”. Por isso, a nudez apresentada na capa do livro, se por um lado sugere erotismo, sensualidade, sexualidade, por outro, manifesta a santidade do corpo nu, tal como vem ao mundo. A ´palavra grega “Eros”, da qual deriva “erotismo” significa uma força cósmica, sagrada, de corporificação face ao imperativo da morte.
“O corpo nu nunca deixa de estar vestido, ou melhor, se veste pela nudez e, ao mesmo tempo, um corpo vestido pode se mostrar totalmente despido”, reflete Igor Fagundes.
Certamente por isso o lançamento do livro atraiu tantos olhares.
Fãs e amigos de Will Santorinne e, também, artistas da dança, poetas, escritores, intelectuais de renome, mestres que se tornaram colegas de ofício e amigos de Igor Fagundes, a exemplo do poeta, crítico e professor emérito da UFRJ Antonio Carlos Secchin, imortal da Academia Brasileira e ganhador do primeiro autógrafo da obra, prestigiaram o lançamento.
Presentes, ainda, a professora titular dos cursos de dança da UFRJ Ivani Santana (coordenadora da Programa de Pós-Graduação em Dança), o professor da Escola de Música da UFRJ Celso Ramalho e o professor Fernando Zikan, diretor da Faculdade de Fisioterapia da UFRJ e que atua junto aos bailarinos do Teatro Municipal. Da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a professora titular de Teoria Literária Carlinda Nuñez e a professora titular de Filosofia da Educação Lílian do Valle.
O livro já está disponível para compra no site da editora e em breve estará disponível nas livrarias e outras lojas on-line.
Fotos: Vanessa Angelo
Lalinha Rocha.
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