Exclusivo: Após acontecimentos da enchente envolvendo a filial da empresa Cobasi na Praia de Belas no Rio Grande do Sul, foi divulgado que os animais que estavam na loja não foram resgatados por descaso e funcionários e ex-funcionários da Cobasi fazem denúncias graves.
Rio de Janeiro, 27 de maio de 2024
Após grande repercussão do caso, alguns funcionários e ex-funcionários fazem denúncia grave contra a empresa. Fomos procurados por alguns deles, porém não iremos revelar suas identidades, conforme solicitado pelos mesmos.
Sobre a alegação de que a Cobasi não sabia da magnitude da enchente, um desses funcionários afirma ser mentira, visto que eles foram avisados com horas de antecedência, porém não foi autorizado a remoção dos animais, apenas o deslocamento dos computadores para o 2º andar da loja.
Um desses funcionários relata o seguinte: "Por volta das 13h do dia 3 de maio já sabíamos que a água iria subir, mas a gerente regional não nos autorizou a salvar os bichinhos", afirmou.
Lembrando que a loja foi atingida pelo alagamento no dia 4 de maio por volta das 16h.
Na internet, circulam prints das redes sociais da até então única gerente regional da Cobasi. Após as denúncias que os animais foram deixados para morrer no subsolo da loja, Evelin de Oliveira, excluiu o antigo perfil profissional no LinkedIn. Também privou e trocou a foto do Facebook e Instagram.
No entanto, Evelin já criou outro perfil na rede LinkedIn conforme imagens abaixo:
Alguns funcionários relataram serem obrigados a lavar o carro alugado da gerente regional, caracterizando novamente desvio de função.
Todos esses funcionários e ex-funcionários com quem conversamos têm relatos semelhantes. Tanto quanto sobre as filiais que trabalharam, quanto a gerente regional Evelin.
Segundo eles, alguns porquinhos da índia são vendidos com fungos, pois a empresa não permite trocar o granulado diariamente, alegando contenção de gastos.
Outra acusação grave é que os animais quando estão doentes não recebem atendimento adequado de um veterinário especializado em aves e roedores, resultando em animais agonizando até a morte.
Questionamos o fato de não ter material de proteção individual e veterinários nas unidades em que trabalharam.
Nos foi informado que o material não é o correto para proteção dos funcionários.
“A única veterinária era a vendedora especializada que ficava no setor de farmácia da loja, e ela muitas vezes por vontade própria nos auxiliava em alguns tratamentos, mas nada muito extenso, pois não era sua área de especialização. As gaiolas tinham de ser limpas todos os dias, porém as aves não tinham banho de sol frequentes e se machucavam. Não tinham o cuidado necessário e às vezes já iam para a baixa direto”, afirmou um ex-funcionário.
Segundo essas pessoas que conversamos, ao comprar um animal de estimação na Cobasi, este pode estar doente. E ao retornar à loja alguns dias depois, o bicho é trocado por outro saudável e o doente é abatido imediatamente. Ou pode-se dizer que é "dado baixa".
As acusações variam entre desvio de função, condição precária de trabalho, falta de treinamento, assédio moral, falta de EPI (Equipamento de Proteção Individual), entre outras.
“Não recebíamos material adequado para o adestramento dos animais, já fui bicado por calopsita já que as luvas que nos davam eram para uso de limpeza”, afirma outro ex-colaborador da empresa.
Sobre o desvio de função a alegação é que eles são contratados como operadores de caixa, porém precisam cuidar da limpeza dos animais e da loja, reabastecer produtos, cuidar da alimentação, atender na farmácia, ministrar medicamento quando necessário, fazer o inventário dos animais e de todos os produtos da loja. Isso sem treinamento adequado para a função ou sem ser médico veterinário (no caso da farmácia e medicação).
“Exercer a função de veterinário seria quando ficávamos ministrando a medicação dos animais e atendendo na farmácia. Para não perder venda, muitas vezes fazíamos esse papel de farmacêutico orientando na dosagem ou medicamento, tudo baseado na vivência. A regional aparecia de 15 em 15 dias. Eu rodei e atendi em todos os setores. Já precisei replantar o gramado da Cobasi, cortar galhos e podar a grama na mão (com uso de tesoura) pq a regional não gostava que cortassem com máquina”, relatou outro ex-funcionário.
Ao questionar se as lojas não possuem auxiliar de serviços gerais, nos foi contado que esses auxiliares são responsáveis somente pela limpeza dos vidros, do chão da área pública e das paredes da loja.
“Tínhamos de cortar as asas das aves para, em caso de fuga, elas não conseguirem voar. Descartávamos rações vencidas no lixo comum porém totalmente molhadas para que ninguém pudesse pegar. A empresa tem total descaso com colaboradores e animais, gerentes e regional nem aí pra gente, além de todo assédio moral e pressão que tínhamos de passar”, declarou.
Aparentemente, a empresa tem alta rotatividade de funcionários por essas supostas irregularidades.
Tentamos contato com a empresa Cobasi, porém não obtivemos retorno. Caso a empresa nos responda, atualizaremos a matéria.
As imagens abaixo são de algumas publicações feitas nas redes sociais que corroboram com as denúncias.
Lalinha.
Colaboração: Silmara Iizuka
😮