A gente sabe do poder que uma animação tem sobre nós, quando ela é bem feita, bem roteirizada e adaptada, além de passar exatamente o sentimento correto para cada frame que assistimos ali. Você vai passar por uma aventura divertida e preocupante, com esse filme.
Flow (Straume), dirigido por Gints Zilbalodis, mesmo diretor de Away (A viagem), proporciona esse mix de sentimentos sem nenhuma falha, e sem precisar ter um dialogo sequer. São altos e baixos onde, desde o início ao final do filme, você é preso na sensação de que você quer cuidar daquele gato e ajudar os seus amigos na jornada deles. Merecidamente, ganhou como Melhor Animação Longa-Metragem no Globo de Ouro 2025.
O filme conta a história de um gatinho e de outros animais que perdem as suas casas e habitats para um dilúvio e precisam sobreviver em meio a esse caos natural enquanto encontram outros bichos que também passam pelo mesmo. Uma quantidade interessante de interações entre os animais acontecem graças as peripécias do amigo gatinho. Até por que, ele é nosso protagonista. Mas tem até uma capivara tem no filme! E acredite, você ou vai se identificar ou vai rir ou vai torcer por ela!
Existem varias formas de entender esse filme. Ele é subjetivo, mas de uma simplicidade, talvez, única! O que o torna lindo de se assistir e de se sentir. Ele pode ser só uma animação ali, para passar o tempo, pode ser um filme de aventura ou pode se extrair uma mensagem bem importante.
A união dos animais em prol de um bem comum a todos, as diferenças que eles tem nas suas raças, toda a dificuldade que eles enfrentam pra se entender no meio do caminho em meio a uma enchente que praticamente destrói o mundo, poderia servir de exemplo como o conceito de empatia, respeito e capacidade de ajudar o próximo.
O tempo todo somos lembrados que a natureza e a habilidade de se adaptar sempre são e serão escolhas que podemos fazer durante a nossa jornada. O gato, a capivara, o pássaro, o cachorro, a baleia, o lêmure, são retratos de possíveis formas de escolhas e de reações que podemos ter em cada situação da vida.
Os personagens são carismáticos dentro de cada realidade e fico pensando nos espectadores e em cada animal que cada pessoa, que assistiu, se identificou. Risadas, comentários de preocupação, falta de fôlego, foram sentimentos frequentes ao ver o gatinho e seus amigos passando pelos "perrengues". Mix de sentimento, lembra?
A beleza do filme é colorida, viva e intensa. O trabalho que a união da Letônia, Bélgica e França com os estúdios Dream Well, Sacrebleu Productions e Take Five respectivamente, rendeu, mostra a possibilidade de que baixos orçamentos podem sim alcançar patamares absurdos. Basta ter paciência, saber entregar arte em vez das réplicas "do que o mercado está pedindo" e fazer de coração.
Com investimento de apenas 3.5 milhões de euros e o uso do Blender, um software de animação 3D de código aberto, somos agraciados com sons, com cores vivas, movimentos e momentos de imersão que deixam você com vontade de aplaudir de pé ao acabar o filme. Sério! Assista! As cenas de água, peixes e outras mais pro final do filme vão te fazer ver a beleza viva que é o "Flow". "As vezes pode ser útil não saber a maneira correta de fazer as coisas!" Foi o que disse o Zilbalodis em entrevista ao explicar o processo de criação do filme que levou 5 anos.
Away, ja havia sido uma experiência e tanto, e agora, Flow, veio para ensinar algo, trazer sentimentos e mostrar uma aventura que você com certeza não vai querer assistir sozinho. E após o filme, sairá conversando, debatendo e sorrindo pela experiência.
O Flow estará disponível dia 20 de fevereiro, sim, nesta quinta feira! Nos cinemas brasileiros! Vá assistir!
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