O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se reuniram na terça-feira (4) na Casa Branca, em Washington, DC, e realizaram uma coletiva de imprensa que repercutiu ao redor do mundo nesta quarta-feira.

Durante a entrevista, Donald Trump afirmou que os Estados Unidos se unirão a Israel para assumir o controle da Faixa de Gaza e ajudar a reconstruir a área devastada pela guerra e pelos ataques realizados por Israel. Segundo o presidente estadunidense, os palestinos devem ser removidos do território, e há planos para evacuar mais de 1,8 milhão de habitantes e realocá-los na Jordânia e no Egito. Ele afirmou que, no futuro, a Faixa de Gaza deverá ser propriedade dos Estados Unidos, o que gerará milhares de empregos e será motivo de orgulho para o Oriente Médio.
“Nós seremos donos e seremos responsáveis por desmantelar todas as bombas perigosas não detonadas e outras armas no local, nivelar o terreno e nos livrar dos edifícios destruídos”, declarou Trump durante a coletiva.
O republicano ainda afirmou que não descarta a possibilidade de enviar tropas militares para auxiliar Israel no conflito, mas ressalta que não tem o desejo de que isso aconteça. Segundo Trump, quando "a matança começa, outros problemas surgem".
O que está em jogo?
É de conhecimento geral que os Estados Unidos têm interesse em possuir autonomia em áreas ricas em petróleo, e o Oriente Médio apresenta um enorme potencial de exploração, especialmente quando se trata de países que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+), que se opõem comercialmente aos Estados Unidos.
O que está em jogo, entretanto, são questões além do senso comum. O presidente dos Estados Unidos não esconde o interesse econômico em impulsionar a economia do país ajudando a reconstruir a área destruída principalmente pelos bombardeios perpetuados por Israel. Ademais, é de interesse particular de Donald Trump assumir a responsabilidade pelo empreendimento devido à sua companhia no ramo imobiliário e construção civil, "The Trump Organization".
Assim como os Estados Unidos contarão com a iniciativa privada para realizar os empreendimentos financiados pelo Estado em outro país, outras multinacionais do ramo imobiliário já vêm se apropriando da região destruída pela guerra e construindo condomínios de luxo e centros comerciais, além de imóveis sem finalidade imediata e que servem para fins especulativos, através de títulos imobiliários.
Gabriel Ramiro
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