Relaciona-se é como estar em um imenso tabuleiro de xadrez, se você não souber usar cada peça a sua volta, elas vão te trancar e você terá grandes dificuldades de conseguir seu xeque-mate.
Por Silver Marraz
Sabe aquele dito popular barato que diz que a pressa de encher a taça, sempre corre o risco de usar o vinho mais barato? É verdade. A pessoa vai perdendo a linha, porque anseia por dar tudo a alguém, sem se dar conta de que ela vai ser um estelionatário sentimental e não vai dar valor a nada do que ela faz, porque no fundo não é a pessoa de quem ela quer receber. O que, na verdade, ela quer é se aproveitar das emoções e dos seus sentimentos para obter ganhos financeiros ou materiais. Esse tipo de golpe, além de causar danos econômicos, inflige profundas feridas emocionais, colocando em questão a moralidade e a legalidade de tais ações. Mas afinal, esses indivíduos devem ser classificados como criminosos ou apenas como abusadores de confiança?
Primeiramente, é necessário entender a natureza das ações desses estelionatários. Eles geralmente utilizam plataformas de encontros online, redes sociais e até mesmo interações presenciais para estabelecer uma conexão emocional com suas vítimas. Uma vez que a confiança é conquistada, começam a surgir pedidos de ajuda financeira, frequentemente justificadas por histórias dramáticas e convincentes. O objetivo é sempre o mesmo: explorar a boa-fé e os sentimentos da vítima para obter benefícios pessoais.
Do ponto de vista legal, esses atos são considerados crimes em muitos países. O estelionato é tipificado no Código Penal de diversas nações, incluindo o Brasil, onde o artigo 171 define o crime de estelionato como "obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento". Portanto, ao induzir a vítima a realizar transferências de dinheiro ou a entregar bens valiosos através de mentiras e manipulações, os estelionatários sentimentais estão, sim, cometendo um crime passível de punição legal.
Além do aspecto jurídico, existe uma dimensão ética e moral a ser considerada. A confiança é um dos pilares fundamentais das relações humanas, e abusar dela de forma tão calculista e insensível é uma violação grave do contrato social implícito que rege nossas interações. Quando você permite que esses golpistas entrem em sua vida, eles vão se aproveitar das suas vulnerabilidades emocionais e, sem piedade ou peso na consciência, vão demonstrar uma falta de empatia e uma disposição para causar sofrimento que transcende o mero abuso de confiança. Você tem de perceber isso e os colocar em uma categoria de moralidade particularmente questionável, onde suas ações são não apenas legalmente puníveis, mas também moralmente condenáveis.
Se você não perceber o impacto que estes seres estão causando em sua vida, as consequências de cair em um golpe sentimental vão além das perdas financeiras. No tempo futuro, a sua dor emocional ao descobrir que seus sentimentos foram manipulados e a confiança foi traída poderá ter traumas psicológicos duradouros, como depressão, ansiedade e dificuldades em confiar novamente em outras pessoas. O dano à autoestima e à percepção pessoal também é significativo, tornando a recuperação um processo longo e difícil e a reconstrução de si mesmo é um processo sofrido demais quando é por meio da dor.
Então, é importante o uso da percepção e inteligência. Se doer, exclua. Se te incomodar, evite. Se te chatear, ignore. Se te fizer mal, se distancie. Esteja ciente de uma coisa: não podemos mudar certas pessoas, o caráter dela ruim e personalidade psico ou sociopata é imutável, mas podemos administre a sua taça e ainda que precise fazer uma exaustiva e longa seleção, tenha certeza de que a exigência de seu paladar te fará degustar um bom vinho.
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