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Michelle Theodoro

Encontro Estéticas das Periferias: 14ª Edição destaca Culturas Indígenas e Nordestinas nas Periferias de SP

O Encontro Estéticas das Periferias, que já se tornou um dos maiores eventos de arte e cultura das quebradas de São Paulo, chega à sua 14ª edição em 2024. Desde 2011, o evento se firmou como um espaço essencial para valorizar e fortalecer as vozes das periferias, promovendo trocas ricas entre coletivos e comunidades locais.


Este ano, o tema central é "Culturas nordestinas e indígenas nas periferias de São Paulo". A programação envolve 45 coletivos culturais espalhados por 25 regiões da cidade e visa mostrar a importância e o impacto dessas culturas nas quebradas paulistanas.


A abertura acontece no dia 28 de agosto, no Sesc Vila Mariana, com o espetáculo “Clariô no Estéticas: Veredas indigenordestinas das quebradas de São Paulo”, que vai trazer um pouco da cultura afro-indígena do sertão do Cariri cearense em diálogo com as periferias da capital paulista. O evento também terá um Ciclo de Debates no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, que vai abordar como a fusão das lutas e sonhos dos povos indígenas, negros e nordestinos ajudou a moldar culturalmente as periferias.


Outro destaque é a exposição da artista Auá Mendes, com o documentário "Raízes Indígenas da Favela", que será lançado no dia 4 de setembro no Espaço Cultural Periferia no Centro. O documentário explora a história de resistência dos povos indígenas do nordeste que construíram suas vidas nas favelas de São Paulo.


Nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, o Instituto Moreira Salles recebe o Torneio de Slam, um campeonato de poesia falada que reúne poetas de várias quebradas. Organizado pela Ação Educativa e com curadoria de Emerson Alcalde, o torneio deste ano traz equipes de São Paulo e de outros cinco estados, reforçando a força da poesia periférica.

A gastronomia também terá seu espaço, com uma conversa especial entre o chef Rodrigo Oliveira (do Mocotó) e a líder indígena Jerá Guarani (Aldeia Kalipety). Eles vão discutir como as raízes indígenas se entrelaçam com a culinária nordestina.


O evento ainda destaca a resistência dos povos indígenas nas periferias paulistanas, especialmente nas terras indígenas do Jaraguá e Parelheiros, que seguem firmes na defesa de sua cultura e espaço.


Para Naia Vitória, cientista social e comunicadora indígena, a arte sempre foi um motor nas favelas de São Paulo. Ela ressalta que o Encontro será uma oportunidade para explorar como as tradições e lutas dessas comunidades seguem vivas por meio da gastronomia, música e outras expressões artísticas.


Eleilson Leite, coordenador de Cultura da Ação Educativa, afirma que o Encontro Estéticas das Periferias reafirma seu compromisso em fortalecer a produção cultural das quebradas e promover um olhar inclusivo sobre a arte periférica. "Em 2024, queremos celebrar essas culturas, mas também provocar uma reflexão sobre seus desafios e contribuições", destaca Leite.


Com apoio de parceiros como Sesc, IMS, Museu Casa das Rosas, Fábricas de Cultura, Itaú Cultural, Restaurante Mocotó e as secretarias de cultura do município e do estado, o Encontro Estéticas das Periferias promete ser um evento de grande relevância para São Paulo.

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