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Rosi Velozo

Curiosidades do mundo da música

Você sabe quem foi Agenor de Miranda Araújo Neto? Talvez esse nome não te diga muito à primeira vista, mas prepare-se para uma surpresa. Nascido no Rio de Janeiro, ariano de abril de 1958, ele carregava uma coleção de histórias inusitadas, algumas polêmicas, outras emocionantes.

Vou te dar uma dica... Filho da costureira Lucinha Araújo e de João Araújo, presidente da gravadora Som Livre, ele cresceu cercado por estrelas da música. Começou cantando em uma banda e, mais tarde, brilhou em carreira solo. E então, já sabe de quem estamos falando?

Sim, estamos falando de Cazuza, o poeta rebelde da música brasileira! Desde cedo, envolvido pelo ambiente artístico do pai, Cazuza seguiu uma trajetória que transformaria para sempre o cenário musical do Brasil. Mas antes disso, ele ainda trilhou outros caminhos...

Cazuza
Imagem: Reprodução/Portal Vermelho

Você sabia que ele estudou com Pedro Bial? Juntos, conseguiram uma entrevista com ninguém menos que Vinicius de Moraes, e, pasme, a conversa aconteceu enquanto Vinicius relaxava em sua banheira, tomando uísque, quando ambos tinham apenas 11 anos! Uma história que beira o inacreditável.

Ney Matogrosso e Cazuza
Imagem: Reprodução/Instagram

Aos 17, Cazuza escreveu um poema para sua avó materna, que mais tarde se tornaria uma das músicas interpretadas por Ney Matogrosso. Inquieto, ele até tentou seguir outros rumos, cursou Comunicação Social, foi estudar fotografia nos EUA, mas voltou ao Brasil 7 meses depois sem o diploma, o palco sempre o chamava de volta. Foi no teatro que ele se descobriu como cantor.

Apadrinhado por Léo Jaime, Cazuza foi convidado a integrar a banda Barão Vermelho. O sucesso não foi imediato. Mesmo com a influência de seu pai, a banda precisou de sete tentativas até conseguir gravar o primeiro disco. Mas a persistência valeu a pena! A parceria de Cazuza com Frejat rendeu sucessos memoráveis, como "Pro Dia Nascer Feliz", que só estourou depois de ser regravada por Ney Matogrosso, trazendo os holofotes para o Barão Vermelho.

Em 1984, Cazuza decidiu seguir carreira solo, e a despedida do Barão Vermelho foi marcada por uma apresentação histórica no primeiro Rock in Rio, em um dia que também entrou para os livros de história do Brasil: A eleição de Tancredo Neves, pondo fim à ditadura militar. E, claro, a comemoração não poderia ser ao som de outra música como o "Pro Dia Nascer Feliz".

Cazuza
Imagem: Reprodução/Rock in Rio 1985

Em sua carreira solo, Cazuza explorou novas sonoridades e lançou cinco álbuns icônicos, incluindo "Exagerado", "Codinome Beija-Flor" e "O Tempo Não Para". Mas, em 1987, o diagnóstico de AIDS mudaria sua vida para sempre. Mesmo assim, ele transformou sua luta em arte, expondo sua dor e resistência em versos impactantes como “Meu prazer agora é risco de vida” e “Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”.

Cazuza

 Em meio à sua batalha contra a doença, Cazuza se tornou um símbolo de coragem e resistência. Em 1989, já debilitado, lançou seu último álbum, Burguesia, e foi premiado no Prêmio Sharp, onde recebeu seus troféus em uma cadeira de rodas, mas com o mesmo brilho nos olhos.

 No dia 7 de julho de 1990, aos 32 anos, o Brasil perdeu um de seus maiores poetas. Cazuza partiu, mas sua obra é eterna. Trinta e quatro anos depois, suas músicas continuam a embalar gerações, atravessando o tempo como um legado vivo, cheio de paixão, ousadia e verdades dolorosas.

 “Você está vivo. Esse é o seu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho.” – Cazuza.

Obrigado, Cazuza, por nos mostrar que viver intensamente é a maior arte de todas.


Rosi Velozo

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