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[CRÍTICA] O Homem Cão (Dog Man, 2025): um grito selvagem de liberdade e solidão disfarçado de diversão animada

Manu Cárvalho

Atualizado: há 4 dias

LUZ, CÂMERA, CRÍTICA! Por Manu Cárvalho

Um cachorro homem que veio ensinar para gente grande
Um cachorro homem que veio ensinar para gente grande (Foto: Reprodução / Istoé)

Estreando em 27 de fevereiro de 2025, Dog Man (Étulo original), conhecido no Brasil como O Homem Cão, é uma animação cheia de energia que mistura ação, comédia e aventura em um universo colorido e exagerado. Dirigido por Peter Hastings, o filme é baseado na série de livros infantis de Dav Pilkey, criador do icônico Capitão Cueca. Aqui, no entanto, a narrativa mistura absurdo e empatia de forma inteligente, entregando um herói nada convencional.


Sinopse: metade homem, metade cão, cem por cento herói

Quando um policial corajoso e seu fiel cachorro sofrem um grave acidente, a solução é drástica: unir o corpo do humano com a cabeça do cão. Assim nasce o Homem Cão, um herói impulsivo, brincalhão e cheio de instintos caninos, mas com um forte senso de justiça.


Na cidade onde vive, ele precisa lidar com vilões caricatos, como o gênio do mal Petey, o gato, e ao mesmo tempo encontrar um lugar no mundo sendo, literalmente, diferente de tudo.

Carisma, animação, humor e cheio de mensagens
Carisma, animação, humor e cheio de mensagens (Foto: Reprodução / Muralzinho de Ideias)

Elenco de vozes carismático e bem escalado

Pete Davidson dá voz ao protagonista com sua marca registrada: irreverência e vulnerabilidade. É uma escolha certeira para um personagem que oscila entre valentia e bobagens adoráveis. Lil Rel Howery como seu parceiro Bob, o robô, e Stephen Root como o prefeito neurótico completam o time com bom humor e ritmo.


O elenco funciona em sintonia, trazendo dinamismo para os diálogos e vida para os momentos mais absurdos da trama.


Visual arrojado e narrativa caótica (no bom sentido)

A animação adota um estilo que mistura rabiscos infantis com sequências dinâmicas de quadrinhos. Tudo é propositalmente exagerado, criando um visual que lembra desenhos feitos no caderno de uma criança levada e genial.


Essa escolha estética não apenas respeita o material original, como reforça o tom anarquista da narrativa. A direção de arte é vibrante, e a montagem é acelerada, mas nunca confusa.

Um protetor que faz uma bagunça organizada
Um protetor que faz uma bagunça organizada (Foto: Reprodução / YC Oficial)

Humor infantil com piadas para todas as idades

Embora claramente voltado para o público infantil, O Homem Cão surpreende ao incluir piadas inteligentes e momentos de ternura que funcionam para todas as idades. O humor físico, os trocadilhos e as situações absurdas geram boas risadas, mas também abrem espaço para temas como amizade, aceitação e responsabilidade emocional.


Mensagem poderosa disfarçada de bagunça

Entre um latido e outro, o filme fala sobre identidade, compaixão e a importância de encontrar o próprio lugar no mundo. O Homem Cão é rejeitado por não ser totalmente humano, mas também não ser apenas um animal. Essa dualidade representa, com delicadeza, o sentimento de não pertencimento vivido por muitas crianças e adultos.


Sem forçar a barra, o roteiro mostra que ser diferente pode ser uma força, e que, mesmo com defeitos, todos têm valor.

Diversão do ínicio ao fim
Diversão do ínicio ao fim (Foto: Reprodução / Reddit)

Uma animação que late alto e diverte de verdade

O Homem Cão é uma surpresa agradável. Cheio de energia, cor e coração, o filme oferece entretenimento de qualidade para crianças e adultos, mantendo a essência caótica e afetuosa do livro original.


Mais do que uma comédia animada, é uma celebração da diferença, da amizade e da empatia. Não reinventa o gênero, mas deixa sua marca.


Nota Final: ⭐⭐⭐⭐ (4/5)


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