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[CRÍTICA] Código Preto (2025) – Um thriller de espionagem eletrizante sobre confiança, traição e conspiração global

Manu Cárvalho

Atualizado: 15 de mar.

LUZ, CÂMERA, CRÍTICA! — Por Manu Cárvalho

Filme Código Preto (2025)
Foto: reprodução/leseco

É preciso escolher: seu casamento ou sua lealdade?


Em Código Preto, Kathryn (Cate Blanchett) e George (Michael Fassbender) são mais do que um casal apaixonado – são agentes espiões altamente treinados, acostumados a operar no limite da confiança e da discrição. Dentro de casa, eles compartilham um relacionamento harmonioso, onde os segredos da profissão nunca ultrapassam as paredes do lar. No entanto, quando um vazamento de informações ultrassecretas ameaça a segurança nacional, Kathryn se torna a principal suspeita de traição.


Agora, George recebe uma missão que transcende sua vida profissional: descobrir se a mulher que ama é realmente uma agente dupla. Forçado a agir nas sombras, ele precisa navegar entre o dever patriótico e os laços emocionais, enquanto cada pista o leva a um dilema ainda maior. Até onde ele está disposto a ir para proteger seu país? E até onde pode confiar em alguém que jurou amar?

Filme Código Preto (2025)
(Foto: reprodução/Focus Features)

O jogo da espionagem e da desconfiança

Com direção de Steven Soderbergh, Código Preto é um thriller de espionagem psicológico que combina ação intensa, tensão dramática e dilemas morais. O roteiro habilmente constrói um jogo de manipulação e paranoia, onde cada pista leva a uma nova revelação, e ninguém pode confiar completamente em ninguém.


A história se desenrola entre Londres, Paris e Berlim, com cenários urbanos frios e sofisticados que reforçam o clima de incerteza e mistério. O filme se destaca ao evitar clichês fáceis, apostando em um suspense realista que faz o espectador se perguntar: até onde alguém pode ir para proteger um segredo? O roteiro explora a psicologia da desconfiança, levando George a questionar tudo o que sabe sobre a mulher com quem construiu uma vida.


Enquanto George investiga discretamente, Kathryn percebe que está sendo observada e começa seu próprio contra-ataque. O jogo de espionagem se transforma em um duelo intelectual, onde cada um tenta se antecipar ao outro. A tensão cresce à medida que ambos se envolvem em uma conspiração maior, revelando que o vazamento pode ter ramificações globais muito além do que imaginavam.


Cate Blanchett e Michael Fassbender brilham no elenco

Cate Blanchett entrega uma performance magnética como Kathryn, equilibrando mistério e emoção. Sua personagem é enigmática, tornando difícil para o público – e para George – determinar se ela é inocente ou culpada. Em momentos de aparente fragilidade, Blanchett sugere uma dureza oculta, dando ao espectador a impressão de que ela pode estar sempre um passo à frente.


Já Michael Fassbender, no papel de um agente dividido entre o amor e a lealdade, traz um desempenho intenso e contido, capturando a tensão interna de seu personagem com maestria. Sua jornada emocional é um dos pontos altos do filme: um homem acostumado a agir com lógica, agora levado a tomar decisões baseadas no que sente – ou no que acha que sente.


O elenco de apoio também impressiona, com participações marcantes de Oscar Isaac como um oficial da inteligência britânica que pode ter segundas intenções e Jessica Chastain no papel de uma ex-agente que conhece o passado de Kathryn e pode ser a chave para desvendar a verdade. A presença de Riz Ahmed como um especialista em cibersegurança que descobre informações cruciais adiciona uma camada extra de complexidade à trama.


Filme Código Preto (2025)
(Foto: reprodução/Focus Features)

Direção e atmosfera sofisticadas

Steven Soderbergh constrói um thriller elegante, apostando em um ritmo cadenciado que equilibra momentos de ação impactantes com cenas de tensão psicológica profunda. A cinematografia utiliza enquadramentos meticulosos e uma paleta de cores frias para acentuar a atmosfera de dúvida e perigo iminente.


A trilha sonora discreta, composta por Cliff Martinez, reforça a tensão com tons minimalistas e batidas eletrônicas sutis, tornando cada cena ainda mais envolvente. Além disso, o design de som faz um excelente trabalho ao destacar os silêncios e os sussurros, criando um ambiente de paranoia constante. A escolha de sons diegéticos – como ruídos de teclas digitando, câmeras de vigilância e o som abafado de passos em corredores escuros – reforça a sensação de que os personagens estão sendo vigiados o tempo todo.


As cenas de ação são coreografadas com precisão, sem exageros hollywoodianos. Em vez de grandes explosões ou perseguições mirabolantes, Código Preto aposta em momentos de tensão realista: tiroteios rápidos e brutais, encontros clandestinos em becos escuros e fugas calculadas com precisão cirúrgica. A sequência em que Kathryn e George se encontram em um hotel de Paris, cada um tentando arrancar informações do outro sem revelar suas próprias intenções, é um dos pontos altos do filme.


Filme Código Preto (2025)
(Foto: reprodução/Focus Features)

Reflexões sobre confiança e poder

Além de ser um thriller envolvente, Código Preto levanta questões profundas sobre lealdade, manipulação e as consequências de uma vida dedicada à espionagem. O filme nos faz questionar até que ponto podemos confiar em alguém, mesmo quando essa pessoa é quem amamos. A traição, no universo do filme, não é apenas política – ela se infiltra nos relacionamentos, destruindo o que parecia ser inquebrável.


O roteiro também discute a crescente guerra cibernética e a fragilidade das informações em um mundo onde tudo pode ser hackeado ou manipulado. A ideia de que a verdade pode ser reescrita em questão de segundos adiciona uma camada extra de paranoia à trama, tornando cada decisão dos personagens ainda mais arriscada.


Vale a pena assistir o filme Código Preto (2025)?

Código Preto é um thriller de espionagem envolvente e sofisticado, que foge dos estereótipos do gênero e entrega um enredo repleto de tensão e reviravoltas. Com atuações brilhantes, uma direção afiada e um roteiro que mantém o público intrigado até o último minuto, o filme se firma como uma das grandes estreias do ano.


Se você gosta de histórias que desafiam a confiança entre personagens e colocam o espectador para pensar, Código Preto é uma escolha certeira. Com um final aberto que deixa espaço para interpretações, o longa se torna não apenas um ótimo filme de espionagem, mas também um estudo fascinante sobre relações humanas sob pressão extrema.

Nota: ★★★½

Título Original: Black Bag

Direção: Steven Soderbergh

Duração: 1h 33min

Gênero: Espionagem, Suspense

Ano: 2025

Classificação: 16 anos

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