Coringa: Delírio a Dois estreia nos cinemas em 3 de outubro, mas tivemos a oportunidade de assistir ao aguardado filme do vilão mais icônico da DC com antecedência.
O filme começa de forma inesperada com uma animação retrô, mostrando a sombra do Coringa tentando tomar o lugar do original. À primeira vista, parece uma sequência inofensiva, mas, conforme o longa avança, fica claro que essa é a essência da trama, contada de forma sutil.
Após a introdução animada, somos levados à realidade de Arthur Fleck, que está preso e sendo ridicularizado pelos guardas. Ele toma remédios e é orientado por sua advogada a revelar tudo o que aconteceu. Durante suas sessões com a psiquiatra, ele conhece Lee (Lady Gaga), mais conhecida como Harley Quinn, que logo desperta seu interesse.
Vendo essa aproximação, um dos guardas sugere que Arthur participe das aulas de música devido ao seu bom comportamento. É aí que temos o primeiro diálogo significativo entre Arthur e Lee, revelando a loucura que permeia ambos os personagens.
A partir daí, a trama se desenrola. Arthur se apaixona por Lee, enquanto a notícia de que ele pode ser condenado à cadeira elétrica surge. Nesse momento, o filme se transforma em um musical, com o julgamento de Arthur se tornando o ponto central. Há um conflito crescente entre sua advogada e Lee: a advogada tenta provar que Coringa e Arthur são pessoas distintas devido a um transtorno mental, enquanto Lee insiste que o Coringa é a única identidade de Arthur. Isso leva à demissão da advogada e ao retorno do Coringa, agora decidido a se defender sozinho.
Agora, vamos aos detalhes e à minha opinião:
Fotografia:
Um dos poucos aspectos sem grandes críticas é a fotografia. Embora menos vibrante que no primeiro filme, ela é coerente com o tom da narrativa. As cores foram bem trabalhadas, com destaque especial para os momentos musicais, onde a direção de arte se destacou.
Músicas:
O filme reutiliza algumas músicas de forma intencional, na tentativa de criar um efeito repetitivo na mente do espectador, mas sem muito sucesso. No entanto, a canção "I’m Joker" merece destaque – foi a mais memorável e continua na minha cabeça, graças ao contexto em que foi inserida.
Roteiro:
O primeiro filme terminou em alta, com Arthur aceitando sua transformação em Coringa. No entanto, a sequência retrocede, apresentando um Arthur mais estável e em busca de provar seu transtorno, o que me desanimou logo de início. O filme tenta reviver um ciclo que já havia se encerrado, o que torna a narrativa cansativa.
Lee (Harley Quinn):
Infelizmente, a Harley Quinn parecia uma adição desnecessária. Ela tinha o papel de reavivar o Coringa e ser seu par romântico, mas suas interações com Arthur foram escassas. Na maior parte do tempo, Lee aparece mais em devaneios do que na realidade.
Alerta de Spoiler!
Daqui para frente, revelarei detalhes que podem interferir na sua experiência. Se não se importa, continue a leitura.
Dúvidas:
Lee realmente está grávida?
Em uma das cenas, Arthur e Lee fazem amor na solitária como uma despedida, já que ela o considerava uma má influência. No entanto, sua advogada revela que Lee mentiu e saiu por vontade própria, inventando detalhes sobre seu passado. Quando confrontada por Arthur, Lee afirma que fez tudo para se aproximar dele e que está grávida. No final, quando Arthur, em sua forma de Coringa, desiste de lutar, ele afirma que o Coringa não existe, e tudo foi obra de Arthur Fleck, gerando a ira de Lee, que o abandona.
No clímax do filme, uma bomba explode no tribunal e Arthur foge para encontrar Lee, apenas para descobrir que tudo foi mentira – o Coringa, seu relacionamento e até a gravidez.
Quem será o próximo Coringa?
Na cena final, somos surpreendidos pela morte de Arthur, esfaqueado por um detento que queria ser como ele, até mesmo adotando sua risada característica. Mas será ele o próximo Coringa? A resposta é não. A figura do Coringa perderia força se passasse para outro personagem sem um desenvolvimento adequado.
É provável que o próximo Coringa tenha alguma ligação com Arthur, mas através de seu legado, e não simplesmente pela morte do original.
Considerações Finais:
Era realmente necessária uma sequência de Coringa? A resposta é não. Os dois filmes entram em conflito, e o segundo depende inteiramente do primeiro para existir. Este é um filme voltado para quem gosta de musicais, mas a trama se arrasta, tornando suas 2 horas e 19 minutos uma experiência cansativa. Sem as inúmeras músicas – algumas desnecessárias – o filme poderia facilmente ter apenas 1h50min.
Mas essa é só a minha opinião. E a sua? Comente aqui embaixo!
Juan Arruda.
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