O filme brasileiro Ainda Estou Aqui ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional neste domingo (02), provocando exaltação entre os fãs e entusiastas, e representando o cinema nacional no exterior. A categoria Melhor Filme Internacional não exige que o longa-metragem tenha sido lançado nos Estados Unidos para ser qualificado, e abaixo veremos alguns filmes que levaram o prêmio ao longo dos anos.

Parasita (2019)
Em uma época em que o cinema sul-coreano já vinha ganhando espaço nos cinemas e streamings ao redor do mundo e conquistando fãs em inúmeros países, esta obra-prima de Bong Joon-ho conta a história de uma família que vive em condições beirando à miséria.
Kim Ki-taek, um motorista desempregado, sabota os empregados de um casal milionário para tomar seus empregos e acaba envolvendo sua família em uma situação sem retorno, descobrindo da pior forma possível que eles não são os únicos a parasitar a família.
Parasita estreou no Festival de Cannes, onde também ganhou a Palma de Ouro daquele ano, e permanece um dos maiores sucessos de audiência da última década.
A Vida é Bela (1999)
La Vita è Bella conta a história de um casal de judeus na Itália fascista da década de 40, que é enviado para um campo de concentração na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. O amável e desajeitado livreiro Guido Orefice é encarcerado com o filho pequeno em um galpão apenas para homens, e convence a criança de que o campo de concentração é uma festa de aniversário com atores que fingem estar trabalhando na missão. A bondade do pai comove os companheiros de cela, que cooperam com a história, e o pequeno Giosué se esconde dos guardas, acreditando que está jogando um jogo armado pelo pai.
O filme foi dirigido e coescrito por Roberto Benigni, que interpreta Guido. O personagem foi inspirado no próprio pai de Benigni, que foi prisioneiro em um campo de concentração nazista. A Vida é Bela concorreu com o filme brasileiro Central do Brasil na categoria Melhor Filme Internacional.

Cidadão Kane (1941)
Cidadão Kane é um dos filmes mais reconhecidos da história do cinema e provavelmente a obra mais referenciada do cineasta Orson Welles. O filme conta a história do alpinista social Charles Kane, que sai da miséria e conquista fama, poder e dinheiro. Ao longo de sua carreira, o orgulho e a sede de poder o levam a atitudes impulsivas e controladoras, especialmente em relação à sua imagem pública e à sua obsessão em transformar sua esposa atriz em uma estrela internacional.
O personagem é supostamente inspirado no jornalista William Randolph Hearst, segundo fontes próximas ao autor. Entretanto, Orson Welles nunca admitiu publicamente esse fato.
Amour (2012)
Escrito e dirigido pelo austríaco Michael Haneke, Amour conta a história de um casal de idosos cujos laços de amor e lealdade são colocados à prova quando Anne sofre um derrame e fica parcialmente paralisada e com dificuldades cognitivas. O filme explora os dramas do envelhecimento, da perda da autonomia e os dilemas do amor verdadeiro e amadurecido de dois parceiros de vida.
O filme estreou em Cannes em 2012, onde levou a Palma de Ouro, e foi vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional no ano seguinte.
Melhor Filme Internacional
A primeira cerimônia da premiação da Academia aconteceu em 1929 nos Estados Unidos, e não contou com a participação de filmes em outros idiomas. Na época, não havia indicados e os filmes estrangeiros passaram a receber prêmios especiais ou honorários. Foi apenas em 1957, com La Strada de Federico Fellini, que o Oscar passou a premiar o Melhor Filme Estrangeiro, hoje denominado Melhor Filme Internacional. Isso ocorreu devido ao crescente sucesso de filmes italianos, italo-franceses e japoneses ao redor do mundo naquela época.
Ao longo dos anos, filmes de outros países passaram a ser constantemente indicados. Central do Brasil e O Pagador de Promessas são filmes brasileiros que já foram indicados na categoria de Melhor Filme Internacional. Em 2025, Ainda Estou Aqui de Walter Salles se tornou o primeiro filme brasileiro a ganhar o Oscar nesta categoria.
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