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Da redação

Brasil Avança na Luta contra a Fome

Queda de 85% na Insegurança Alimentar no Brasil: Vitória ou Ilusão?


Pessoa  com fome pedindo alimento
Imagem de freepik

Em um evento repleto de expectativas e olhares atentos, cinco entidades das Nações Unidas lançaram a edição de 2024 do relatório sobre o "Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo", no Rio de Janeiro. Um dos destaques foi a impressionante redução de 85% na insegurança alimentar severa no Brasil em 2023, tirando 14,7 milhões de pessoas da fome. Mas será que essa vitória é tão doce quanto parece?

A notícia poderia ser aclamada como um milagre econômico, mas, ao olharmos mais de perto, percebemos as nuances e os desafios que ainda permeiam essa questão. Especialistas do Pacto Contra a Fome analisaram o relatório e trouxeram à tona algumas considerações críticas sobre esses números.

Para contextualizar, é fundamental lembrar que o Brasil, um país de vastas riquezas naturais e grande potencial agrícola, já foi considerado o celeiro do mundo. Ainda assim, enfrentou desafios enormes para garantir que essa abundância chegasse à mesa de todos os brasileiros. Em 2022, o país enfrentava uma taxa alarmante de insegurança alimentar, com milhões de pessoas sem saber se teriam o que comer no dia seguinte. Os números recentes, portanto, refletem um avanço significativo, mas será que representam uma mudança sustentável?

Os especialistas apontam que as políticas públicas implementadas, como o fortalecimento do Bolsa Família e programas de incentivo à agricultura familiar, foram cruciais para essa melhoria. No entanto, é necessário questionar a continuidade e a eficácia dessas políticas a longo prazo. Afinal, uma redução tão drástica em tão pouco tempo levanta suspeitas sobre a durabilidade desse progresso.

pessoas paassando fome seguram prato de madeira

Outro ponto levantado pelos analistas é a questão das disparidades regionais. Enquanto algumas áreas urbanas mostram melhorias notáveis, regiões rurais e periféricas ainda lutam contra a fome e a desnutrição. Isso nos faz questionar: até que ponto a vitória é de todos?

Além disso, a inflação e a alta dos preços dos alimentos são fatores que podem comprometer esses avanços. Em 2023, o custo da cesta básica subiu significativamente, pressionando as famílias de baixa renda. Assim, a queda na insegurança alimentar pode ser frágil, dependendo das condições econômicas e políticas.

O relatório da ONU é um lembrete de que, embora tenhamos motivos para celebrar, não podemos nos acomodar. Precisamos de políticas robustas e contínuas para garantir que esses números não sejam apenas uma estatística temporária, mas um passo sólido rumo a um Brasil mais justo e igualitário.

Em resumo, a queda de 85% na insegurança alimentar severa é uma notícia a ser comemorada, mas com um olhar crítico e vigilante. A luta contra a fome no Brasil está longe de ser vencida, e cabe a nós, como sociedade, garantir que esse progresso seja sustentado e ampliado, sem deixar ninguém para trás.

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