Por Manu Cárvalho

A releitura live-action de Branca de Neve, um dos contos mais amados do universo Disney, mal saiu do forno e já está no centro de uma tempestade de opiniões. Previsto para estrear nos cinemas em 2025, o longa aposta em uma proposta visual ousada, com figurinos assinados pela renomada figurinista Sandy Powell, vencedora de três Oscars e conhecida por seu trabalho em produções como Cinderela (2015) e O Aviador (2004). Mas nem mesmo todo esse prestígio foi suficiente para blindar a produção de críticas – que começaram a pipocar assim que as primeiras imagens oficiais foram divulgadas.
Um vestido que (re)conta histórias
O traje da protagonista, vivida por Rachel Zegler, é o grande símbolo dessa releitura visual. Powell manteve a clássica paleta de cores — azul, amarelo e vermelho —, mas trouxe alterações pensadas para dar profundidade ao novo olhar da personagem.
“Queríamos que ela ainda fosse reconhecida como a Branca de Neve, mas com nuances que a conectassem a um tempo diferente, mais realista, mais físico”, revelou a figurinista em entrevistas recentes.

A versão do vestido que abre o filme tem uma sobressaia azul-escuro, mangas longas e uma modelagem que flerta com a era medieval. Em uma cena marcante de fuga na floresta, a personagem se livra da sobreposição e revela a icônica saia amarela, em uma homenagem direta à animação de 1937.
Essa construção não é apenas estética — é narrativa. A roupa acompanha a transformação da personagem, suas escolhas e a forma como ela se coloca no mundo.
A vilã em versão fashion icon
Do outro lado da história, temos Gal Gadot no papel da Rainha Má. E se Zegler representa uma princesa redesenhada, Gadot encarna o auge do glamour e da vaidade com figurinos inspirados nas divas do cinema dos anos 1930 — década em que o desenho original foi lançado.
Vestidos ajustados, coroas que lembram vitrais e um ar de sofisticação letal compõem a nova vilã, que Sandy Powell quis transformar em um ícone de imponência.
“A ideia era que ela intimidasse só de entrar em cena”, explica. E, convenhamos: missão cumprida.

Antes da estreia, o buzz
Mesmo sem chegar às telonas, a nova Branca de Neve já é assunto quente nas redes. Críticas à escalação de Rachel Zegler — que difere do padrão eurocêntrico da personagem original — dividiram opiniões. Há também polêmicas sobre os sete anões, que na nova versão foram substituídos por criaturas criadas por computação gráfica, em vez de atores com nanismo.
As decisões criativas geraram debates sobre representatividade, fidelidade à obra original e liberdade artística.

Entre a nostalgia e o novo
Apesar das controvérsias, o trabalho de Powell nos figurinos tem sido amplamente elogiado por especialistas e fãs da moda. O que ela entrega é um equilíbrio delicado entre tradição e inovação — uma ponte entre a memória afetiva de quem cresceu com a princesa da maçã envenenada e as novas gerações que pedem histórias mais plurais.
A nova Branca de Neve pode até dividir opiniões, mas seu figurino tem um papel claro: contar essa história com personalidade, camadas e muito estilo.
E você, já escolheu de que lado da discussão vai ficar?
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