top of page
Lalinha Rocha

Beni Falcone e "Lugar Q Fala"

EXCLUSIVO"Eu ainda acho que precisamos de pessoas LGBT's nos cargos importantes", afirma Beni Falcone.


Beni Falcone cantor, ator, lugar q fala
Beni Falcone./Fotógrafo: Gustavo Bresciani

No mês do orgulho LGBT, não poderia faltar uma matéria trazendo pontos importantes sobre o debate com quem luta a favor de igualdade através da sua arte.


Venha conhecer um pouco mais sobre a trajetória, experiências, opiniões e claro, spoiler de Beni Falcone.

Beni Falcone, 40 anos, ator, cantor, compositor, apresentador e psicólogo. Nascido no Rio de Janeiro, irmão gêmeo de Vitor Falcone e noivo de Tiago Berriel, formado em psicologia e no curso profissionalizante de atores pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). Beni Iniciou sua relação com as artes através da música, o que o levou ao teatro, que o levou para a televisão.

Márcia e Téo (Carla Diaz e Beni Falcone)
Márcia e Téo (Carla Diaz e Beni Falcone)/Créditos: divulgação

Sua primeira aparição da TV, que muita gente não sabe, não foi no Disney Channel e sim na novela "Amigas e Rivais" do SBT em 2007.

Beni ganhou ainda mais destaque quando fez parte do elenco de Rebelde da Rede Record em 2011, como Téo Marques. Téo era um rapaz tímido que sonhava em ser cantor e par romântico de Márcia, interpretada por Carla Diaz.


A conexão entre eles foi tão bacana que a amizade continua até os dias de hoje. Inclusive, durante a pandemia, os amigos gravaram o clipe da música "Voa", claro cada um na sua casa para manter o distanciamento.



Revista Pàhnorama: Beni, você é ator, cantor, compositor, o que te inspirou a seguir carreira na música e na atuação?

Beni: Eu sempre amei música. Com 12 anos eu e meu irmão gêmeos pedimos pro nosso pai para entrarmos em uma escola de música. Eu comecei estudando teclado, tivemos uma banda dos 12 aos 19 anos e a música me levou pro teatro. Aí me apaixonei! Resolvi que queria fazer isso da vida e fui me aprofundar nos estudos. Entrei pra Casa das Artes de Laranjeiras com 21 anos e no final do curso profissionalizante foi quando tive a primeira oportunidade na televisão, no Disney Channel. 


Como foi a primeira apresentação na TriboQ? Como foi a experiência, se sentiu inseguro, deu medo?

No início, a TriboQ se chamava Candybloco. A ideia inicial era que a gente fosse só um bloco de carnaval. Hoje somos um bloco e muitas coisas mais. 

Mas eu sabia desde a elaboração do que viria a ser a TriboQ que o principal elemento que eu precisaria desenvolver seria a coragem. Coragem pra falar abertamente sobre as coisas que importam pra mim, socialmente, politicamente, artisticamente.

Subir no palco, ocupar esse lugar, estava atrelado a um propósito muito maior do que só meu desejo pessoal.

Em Outubro de 2017, no primeiro show, olhando para o público, eu tive a certeza que esse era o caminho. 

Beni Falcone
Beni Falcone./Reprodução instagram

Quais são suas maiores influências musicais e artísticas?

Eu fui uma criança que cresceu ouvindo Michael Jackson, o rei do pop. Também cresci ouvindo o boom do axé music e o funk melódico dos anos 90. Eu acabo sendo influenciado por tudo isso. Eu amo muitas coisas diferentes. 


Tem algum artista LGBTQIAPN+ que você admira e que te inspirou ao longo da sua carreira?

Lulu Santos, pra mim, é um dos maiores nomes do pop nacional e da música brasileira. Foi um dos primeiros shows que eu fui na minha vida e até hoje eu lembro do impacto desse dia.


Qual foi a música ou papel mais desafiador que você já criou ou interpretou? Por quê?

O Rico de "Plano Alto", uma série que narrava os acontecimentos históricos e políticos das manifestações de 2013. Um texto primoroso do Marcílio Moraes, com direção do Ivan Zettel. Foi um trabalho muito audacioso, mas que tenho muito orgulho de ter feito. 


Há algo que você gostaria de compartilhar sobre a sua jornada pessoal dentro da comunidade LGBTQIAPN+?

Eu acho que o principal é justamente exercitar o senso de comunidade. Meus maiores amigos eu conheci na noite, no meu próprio processo de descoberta. Me conectando com outros como eu, permitiu que me conectasse mais profundamente comigo mesmo. 


Você acha que a indústria do entretenimento tem se tornado mais inclusiva para artistas LGBTQIAPN+? O que ainda precisa mudar?

Eu ainda acho que precisamos de pessoas LGBT's nos cargos importantes, nas tomadas de decisões. Senão os artistas ficam submetidos como fantoches a decisões que muitas das vezes permeiam situações de opressão.


Já enfrentou algum desafio ou preconceito por ser parte da comunidade LGBTQIAPN+ na sua carreira? Como lidou com isso?

Desafios sempre existem, mas prefiro enxergar que o fato de ser uma pessoa LGBTQIAP+ me deu ferramentas que me tornam um artista único. As portas que não se abriram pra mim não eram pra mim. E tudo bem.

TriboQ no carnaval 2023
TriboQ no carnaval 2023./Reprodução instagram

Teremos TriboQ no carnaval 2025?

Simmm! Esse ano estou com uma ideia mirabolante. A gente sempre celebra as divas nacionais e internacionais, tão importantes pra cultura LGBTQIA+. 

Pro ano que vem eu tô pensando em dedicar o show todo a uma única diva que eu sei que todo mundo ama. Só não posso dizer ainda qual diva é essa. 

 


Sobre o projeto do Podcast, quais pautas pretende trazer? Vai ser um projeto direcinado ao público LGBT ou não?

O "Lugar Q Fala" nasceu nos eventos da TriboQ no formato de painéis de debate. Também realizamos durante o "TriboQ Pride Festival" no Museu do Amanhã. Foram 10 painéis com cerca de 30 painelistas. Depois, o Lugar Q Fala foi pra rádio, o Lugar Q Fala na Mix, e, em seguida, o Lugar Q Fala na Rede, voltado pra influencers LGBT's do Estado do Rio de Janeiro. 

Então o "Lugar Q Fala" sempre foi esse lugar de troca, de celebração das pessoas da comunidade LGBTQIAP+. O podcast vai seguir essa linha editorial, trazendo histórias inspiradoras.

Mas ele é destinado a todas as pessoas que quiserem ouvir uma "horinha" de conversa boa e que traga sempre algum tipo de entretenimento, boas risadas e aprendizado.


Que mensagem você gostaria de passar para artistas LGBTQIAPN+ que estão começando suas carreiras?

Invista seu tempo e energia naquilo que te torna único. Acredite na sua diferença, celebre tudo que te destaca da massa. 


Como você gostaria que as pessoas lembrassem de você e do seu trabalho?

Como alguém que construiu pontes, que usou seus privilégios pra provocar conversas necessárias e muitas das vezes difíceis. E que meu trabalho artístico traga sensação de pertencimento. Eu comunico o que eu vejo, como eu vejo o mundo. 



Lalinha.

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page