Por Manu Cárvalho
A noite de 16 de fevereiro de 2025 entrou para a história do cinema britânico. O Royal Festival Hall, em Londres, foi o palco da 78ª edição do BAFTA, reunindo estrelas e cineastas para celebrar as maiores conquistas cinematográficas do ano. Entre favoritismos confirmados, discursos carregados de emoção e algumas surpresas inesperadas, a premiação provou que a indústria cinematográfica segue mais vibrante do que nunca.
"Conclave" domina a noite
O grande vitorioso da noite foi "Conclave", dirigido por Edward Berger. O thriller, que revela os bastidores de uma eleição papal repleta de intrigas e manobras políticas, levou nada menos que quatro prêmios, incluindo Melhor Filme e Melhor Filme Britânico. Além disso, a obra também faturou os troféus de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição.
No palco, Berger celebrou o reconhecimento e refletiu sobre os sete anos de trabalho para transformar o roteiro em realidade. "Foi uma jornada intensa, mas valeu cada segundo. Peter Straughan nos deu um roteiro brilhante, e estou grato por termos conseguido dar vida a essa história tão poderosa", disse ele.
Adrien Brody brilha em "O Brutalista"
Outro grande nome da noite foi Adrien Brody, que levou o prêmio de Melhor Ator por sua atuação em "O Brutalista". O filme, um épico de quase quatro horas, acompanha a saga de um arquiteto húngaro que emigra para os Estados Unidos após escapar de campos de concentração.
Dirigido por Brady Corbet, a produção não apenas garantiu a Brody sua estatueta, mas também rendeu ao diretor o prêmio de Melhor Direção. A cinematografia impressionante de Lol Crawley e a trilha sonora intensa de Daniel Blumberg também foram reconhecidas.
Emocionado, Brody subiu ao palco para agradecer. "Esse papel me desafiou de formas que eu jamais imaginei. A jornada desse personagem é profundamente pessoal, e sou grato a toda equipe por me permitir contar essa história", declarou o ator.
Mikey Madison surpreende na categoria de Melhor Atriz
Na categoria Melhor Atriz, uma reviravolta chamou a atenção do público: Mikey Madison, de apenas 25 anos, desbancou grandes nomes como Demi Moore e levou a estatueta por sua performance no drama "Anora".
Visivelmente emocionada, Madison dedicou o prêmio à sua mãe e à comunidade de trabalhadoras sexuais, que inspirou sua personagem. "Eu vejo vocês, vocês merecem respeito e dignidade humana. Esse prêmio é para todas que tiveram suas histórias apagadas", declarou a atriz, arrancando aplausos do público.
"Emilia Pérez" vence Melhor Filme em Língua Não Inglesa
O chamado "narcomusical" "Emilia Pérez", dirigido por Jacques Audiard, também saiu vitorioso da noite ao vencer na categoria de Melhor Filme em Língua Não Inglesa. O longa, que enfrentou polêmicas envolvendo sua protagonista, Karla Sofía Gascón, resistiu a todas as controvérsias e seguiu firme na temporada de prêmios.
Outro destaque do filme foi Zoe Saldaña, que levou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante. Em seu discurso, a atriz falou sobre a importância de dar voz a histórias marginalizadas. "Cinema é sobre contar histórias reais, e estou orgulhosa de ter feito parte dessa produção tão ousada e necessária", afirmou.
Uma cerimônia repleta de momentos marcantes
A apresentação ficou por conta do sempre carismático David Tennant, que garantiu um tom leve e divertido à premiação. Entre piadas afiadas e momentos emocionantes, a noite foi recheada de discursos marcantes e celebrações efusivas.
Além dos prêmios, os looks do tapete vermelho também deram o que falar. Florence Pugh, Cillian Murphy e Margot Robbie foram alguns dos nomes que chamaram atenção com produções impecáveis, garantindo seu espaço nas listas de "melhores vestidos" da noite.
Com prêmios bem distribuídos e discursos que tocaram o coração do público, o BAFTA 2025 reafirmou seu papel como um dos eventos mais prestigiosos do cinema mundial. Se esta edição foi um reflexo do que está por vir em Hollywood, podemos esperar uma temporada de premiações cheia de emoção e grandes histórias a serem contadas.
Comments