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Ana Soáres

Agosto Lilás: O Mês da Conscientização pelo Fim da Violência Contra a Mulher


Violência doméstica

Em um país onde a cada 7 minutos uma mulher é vítima de violência doméstica, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a importância dessa iniciativa não pode ser subestimada. Durante todo o mês de agosto, o combate à violência doméstica estará em evidência em todo o país devido à campanha Agosto Lilás. Esta iniciativa busca conscientizar a sociedade sobre a gravidade desse problema e apoiar as vítimas na reconstrução de suas vidas.

O Brasil, infelizmente, ainda carrega números alarmantes quando se trata de violência de gênero. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, mais de 230 mil mulheres registraram casos de violência doméstica em 2022. Isso sem contar os milhares de casos que ficam nas sombras, não reportados, por medo ou falta de apoio.

Agosto Lilás tem suas raízes na Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, uma das legislações mais avançadas do mundo no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. A campanha pretende principal divulgar a lei e os direitos que ela garante, além de promover uma cultura de respeito e igualdade de gênero.

Violência doméstica

As ações desse mês são variadas e visam atingir diferentes públicos. São palestras, debates, rodas de conversa, campanhas em redes sociais e até mesmo intervenções artísticas. Tudo para chamar a atenção para um problema que não conhece fronteiras sociais ou econômicas e que atinge mulheres de todas as idades.

De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1 em cada 4 mulheres já sofreu algum tipo de violência doméstica no Brasil. Em 2023, mais de 200 mil casos de violência contra a mulher foram registrados, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. A campanha Agosto Lilás vem para reforçar a importância da denúncia e do apoio às vítimas.

A sociedade tem um papel fundamental nessa luta. Não se trata apenas de denunciar casos de violência, mas de educar desde cedo para que as futuras gerações cresçam em um ambiente de respeito e igualdade. Campanhas como o Agosto Lilás são essenciais para lembrar que todos nós somos responsáveis por construir uma sociedade mais justa e segura para as mulheres.

Na prática, a conscientização pode salvar vidas. É preciso saber que há canais de denúncia como o 180, que funciona 24 horas por dia e pode ser acessado de qualquer lugar do Brasil. Além disso, é fundamental que as vítimas saibam que não estão sozinhas e que existem diversas organizações e redes de apoio prontas para ajudar.

O caminho para uma sociedade livre de violência contra a mulher é longo, mas com iniciativas como o Agosto Lilás, estamos um passo mais próximos de alcançar essa meta. Portanto, vamos usar este mês para nos educar, discutir e, acima de tudo, agir. Porque quando uma mulher é violentada, toda a sociedade é ferida.

A Revista Pàhnorama conversou com mulheres que superaram o trauma e conseguiram refazer suas vidas. Aqui, compartilhamos as histórias de algumas dessas guerreiras:

Maria, 42 anos, Recife (PE) - Maria enfrentou anos de violência física de seu ex-marido antes de encontrar a força para sair dessa situação. "Eu vivia com medo, mas um dia percebi que merecia mais do que aquilo. Com a ajuda de amigos e de uma ONG, consegui abrigo e apoio psicológico. Hoje, sou dona do meu próprio negócio e vivo com meus filhos em paz."

Agosto lilás violência doméstica

Ana, 35 anos, Porto Alegre (RS)Ana sofreu violência física e emocional durante seu casamento. "Ele me fazia sentir pequena, inútil. Um dia, a agressão física foi tão severa que fui parar no hospital. Foi ali que decidi mudar minha vida. Com o apoio de um grupo de apoio a mulheres vítimas de violência, consegui a coragem para denunciá-lo e começar de novo. Agora, estudo Direito e ajudo outras mulheres a encontrar justiça."

Carla, 29 anos, São Paulo (SP) - Carla vivenciou violência física em seu primeiro relacionamento sério. "Eu era muito jovem e achava que o que ele fazia era normal. Até que um dia, ele me agrediu na frente dos meus pais. Com o apoio deles, consegui sair dessa situação e comecei a fazer terapia. Hoje, sou professora e dou palestras sobre violência doméstica para adolescentes."

Lúcia, 45 anos, Belo Horizonte (MG) - Lúcia enfrentou violência psicológica por mais de 10 anos. "Ele nunca me bateu, mas as palavras doíam tanto quanto socos. Me isolou dos meus amigos e da minha família, me fazendo acreditar que eu não tinha valor. Foi com a ajuda de uma colega de trabalho que percebi o quanto estava sofrendo. Hoje, estou divorciada, em paz, e voltei a estudar para realizar meu sonho de ser psicóloga."

Juliana, 38 anos, Salvador (BA) - Juliana sofreu violência psicológica e emocional em seu casamento. "Ele controlava tudo, desde o que eu vestia até com quem eu podia falar. Minha autoestima estava destruída. Foi através de um curso de empoderamento feminino que comecei a enxergar meu valor e me reerguer. Agora, sou voluntária nesse mesmo curso, ajudando outras mulheres a se libertarem."

Que este Agosto Lilás seja um mês de reflexão, mas também de ação. Vamos transformar a dor e a luta de tantas mulheres em força e resistência, para que elas possam viver sem medo, com dignidade e respeito.

"Nenhuma mulher merece ser violentada. Violência contra a mulher é crime. Denuncie!"

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