Um sonho em verde e branco que atravessa gerações
A Mocidade Independente de Padre Miguel nos convida a embarcar em uma jornada que desafia os limites da imaginação com o enredo "Voltando para o futuro – não há limites para sonhar". Com uma parceria potente de letristas como Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça e outros mestres do samba, a escola projeta um desfile que toca no mais profundo das esperanças e incertezas do amanhã.
A poesia do samba-enredo nos lembra do pó de estrelas que compõe nossa essência, ecoando no verde-adoecido da esperança que luta para sobreviver em um mundo marcado pela ambição. É um chamado poético e poderoso para refletirmos sobre o que estamos fazendo com nosso planeta. A Mocidade parece nos perguntar, de forma quase profética, se ainda haverá carnaval no futuro – aquele carnaval que vibra com a cadência de cada coração na avenida.
Quando o futuro finalmente chega, a Mocidade nos convida a acreditar que o impossível pode renascer. Como uma candeia no breu, o desfile promete iluminar a zona oeste e reacender a esperança. Em 2024, vamos ver a Mocidade recriar seu próprio caminho, com um samba que pulsa, reflete e, acima de tudo, sonha sem limites.
Confira, abaixo, a letra do samba:
A luz que nos chega da estrela primeira,
Nascida do pó no Cruzeiro do Sul
Do plasma divino das mãos carpinteiras
Ressurge candeia no breu nesse azul
Será que o limbo da imaginação
Perverte a inteligência
O homem com sua ambição
Desconhece a razão desatina a Ciência
Será que há de ter carnaval, sem minha cadência?
Com alas em tom digital
No fim da existência
Me diz afinal quem há de arcar com as consequências?
Se a mocidade sonhar
No infinito escrever
Versos a luz do luar, deixa!
Quando o futuro voltar
A juventude vai crer
Que toda estrela pode renascer
O verde adoecido da esperança
Ofega sobre o leito da cobiça
Quem vive pelo preço da cobrança
Derrama sua lágrima postiça
Fogo matando a floresta
Bicho morrendo no cio
Febre no pouco que resta
Secam as águas do rio
E a vida vai vivendo por um fio
Naveguei...
No afã de me encontrar eu me emocionei
Lembrei da corda bamba que atravessei
São tantas as viradas desta vida
A mão que faz a bomba se arrepende
Faz o samba e aprende
A se entregar de corpo e alma na avenida
O céu vai clarear
Iluminar a zona oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade
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