Com enredo poderoso e um desfile arrebatador, a escola de Caxias coloca seu nome entre as favoritas ao título
Se tem uma coisa que o Carnaval do Rio sabe fazer é surpreender. E a Acadêmicos do Grande Rio não veio para brincar: a escola de Caxias atravessou a Sapucaí com a força de um tsunami e deixou o público extasiado. Com o enredo Pororocas Parawaras: As águas dos meus encantos nas contas dos Curimbós, a agremiação trouxe um espetáculo visual arrebatador, um samba que pegou na veia e uma energia que fez a Avenida vibrar do início ao fim. Se alguém ainda duvidava do favoritismo da Grande Rio, depois dessa apresentação, é bom repensar.

A terceira escola a desfilar não apenas confirmou as expectativas, mas elevou a disputa a outro nível. Com alegorias imponentes, fantasias luxuosas e um samba que já vinha sendo apontado como um dos melhores do ano, a Grande Rio fez um desfile histórico. Foi um show de musicalidade, identidade cultural e uma celebração da força dos encantados das águas amazônicas.
Grande Rio e O Samba Que Não Sai da Cabeça

Vamos falar a verdade? Desde os primeiros ensaios, já se sabia que o samba da Grande Rio tinha algo especial. Mas uma coisa é ouvir na gravação, outra é ver o bicho crescer na Sapucaí! Com assinatura de mestres como Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes, o samba incendiou a Avenida. O carro de som liderado por Evandro Malandro deu um show de interpretação, e a bateria de Mestre Fafá veio com bossas ousadas e um ritmo que fez o público cantar em coro do início ao fim.
E se alguém ainda tinha dúvidas sobre o impacto do samba-enredo, bastava olhar para as arquibancadas e camarotes: todo mundo cantava. O refrão chiclete explodiu na Sapucaí e fez história.

Fantasias e Alegorias: Um Banho de Cultura e Beleza

Os carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad já mostraram que sabem construir narrativas potentes, e este ano não foi diferente. O enredo levou o público a uma viagem pelo Pará, misturando mitos, encantarias e rituais sagrados da cultura amazônica.
A escola abriu os trabalhos com uma comissão de frente impactante, mostrando a lenda do naufrágio das três princesas turcas e a origem dos encantados das águas. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Taciana Couto, brilhou na pista, trazendo leveza, técnica e respeito à tradição do bailado.
As alegorias estavam um espetáculo à parte: gigantescas, bem acabadas e carregadas de simbolismo. O destaque foi o quarto carro, que representava a magia Parawara e o poder dos curimbós, levando a Sapucaí ao delírio.
Evolução e Harmonia: O Desfile que Fluiu como Rio
Diferente de algumas escolas que enfrentaram dificuldades para manter o ritmo, a Grande Rio deslizou pela Avenida como um rio caudaloso e encantado. Com um canto forte e componentes entregues ao enredo, a agremiação manteve o andamento regular e segurou a evolução sem atropelos. A harmonia foi um dos pontos altos, com os desfilantes entrosados e alinhados com a energia contagiante da bateria.
Grande Rio - Créditos: Tata Barreto | Riotur
Mesmo com o atraso de outras escolas ao longo da noite, a Grande Rio não se deixou afetar e soube conduzir sua apresentação com maestria. Se tem algo que os jurados não poderão ignorar, é a consistência desse desfile.
Grande Rio, a Favorita?

Se antes do Carnaval a Grande Rio já era apontada como uma das favoritas, agora essa posição se fortaleceu ainda mais. O enredo bem contado, o samba envolvente e a entrega dos componentes colocam a escola de Caxias em um patamar altíssimo na disputa pelo título.
A Mina foi cocoriô e a travessia encantou. Se a vitória virá, só saberemos na apuração. Mas uma coisa é certa: a Grande Rio já ganhou o coração do público e fez história na Sapucaí!
Agora, fica a pergunta: será que o caneco vai para Caxias? A resposta está no som do tambor e no balanço das águas encantadas!
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