Elevation, A Linha da Extinção.
O elenco foi muito bem selecionado, contando com atores renomados, um diretor talentoso e roteiristas admirados.
Atores: Anthony Mackie, Morena Baccarin, Maddie Hasson, Danny Boyd Jr.
Direção: George Nolfi
Roteiro: Kenny Ryan, Jacob Roman
A fotografia e a sonoridade são impecáveis. As cenas destacam a coragem e a afetividade dos personagens principais, que, mesmo enfrentando um ambiente pós-apocalíptico, colocam seus medos de lado para buscar medicações essenciais para Hunter (Danny Boyd Jr.), filho de Will. Essa jornada, além de ser crucial para a sobrevivência do menino, simboliza um ato de redenção, fortalecendo os laços de amizade ao longo do caminho, apesar das diferenças e conflitos que surgem.
No entanto, esses aspectos positivos acabam sendo os únicos destaques do filme.
Pontos a observar: o diálogo do filme poderia ser mais elaborado, e a tradução das legendas não está completamente alinhada com o idioma original. No entanto, isso pode ser compreendido por muitos como algo comum, já que os títulos de filmes e séries costumam ser adaptados para o português a fim de se conectar com a temática e o público local. Ainda assim, acredito que uma tradução mais fiel ao significado original do título poderia transmitir melhor a essência do filme.
O filme apresenta uma narrativa que pode passar a sensação de falta de envolvimento, dando a impressão de que os próprios atores estão mais focados em cumprir suas funções do que em trazer profundidade às suas atuações. Isso pode ser contrastado com o orçamento investido na produção, que, infelizmente, não refletiu nos resultados esperados. Desde sua estreia nos Estados Unidos, os números de arrecadação têm sido modestos, o que levou muitos críticos a classificarem o filme na categoria B.
Para um suspense, senti falta de momentos que realmente transmitissem tensão ou imprevisibilidade. A trama segue um caminho muito previsível, onde tudo o que os personagens mencionam como possível ou provável acaba, de fato, acontecendo. Esse aspecto, somado aos diálogos que poderiam ser mais elaborados, contribuiu para uma experiência menos imersiva do que se espera de um filme do gênero.
Um aspecto que chamou minha atenção foi o fato de a personagem que interpreta a esposa do protagonista, embora tenha falecido durante uma tentativa de buscar medicações para o filho, aparecer em algumas cenas de lembrança do marido com uma maquiagem impecável e cílios perfeitos. Isso parece contradizer a realidade difícil do ambiente em que vivem, especialmente considerando que outras atrizes tinham maquiagens mais alinhadas com o contexto da história. Talvez esse detalhe passe despercebido para muitos, mas, como mulher e atenta aos detalhes, não consegui ignorar.
Além disso, outros pontos também pareceram incoerentes dentro da narrativa:
1. Como alguém pode sair de um acidente de carro sem nenhum arranhão, sangramento ou qualquer tipo de ferimento?
2. De que forma a personagem Nina (Morena Baccarin) conseguiu chegar ao topo da colina antes de Will (Anthony Mackie)?
3. Apesar de os "monstros" serem revelados como ceifadores artificiais criados por máquinas e não predadores naturais, o filme não explica quem foram seus criadores, deixando uma lacuna importante na história.
Com um elenco de peso, uma direção experiente e uma distribuidora renomada, confesso que esperava mais. Esses detalhes deixaram a experiência menos convincente do que eu imaginava.
Já há comentários sobre a possibilidade de um segundo filme, e espero que ele consiga desenvolver melhor os pontos que ficaram em aberto na narrativa original. Seria interessante ver uma exploração mais aprofundada das lacunas deixadas, como a origem dos ceifadores, além de uma maior atenção aos detalhes que podem tornar a história mais coesa e envolvente. Estou otimista que uma continuação possa trazer respostas e enriquecer a experiência geral da trama.
Rosi Velozo
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