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A história de Cristo é a mais épica obra literária humana - Parte 2

Alan Falciani



Olá, fico feliz pelo vosso regresso. Isso indica que gostaram do começo. Irei, então, dar continuação. Onde estávamos? Ah, sim, Eva se entregou em amor para Adão. Assim fazendo, ambos consumiram a maçã da consciência.


Eles cresceram e chegou a hora de Adão e Eva descobrirem como viver por conta própria. Descobriram como conseguir comida, aprenderam a caçar e, assim, descobrindo a morte, aprenderam a lavrar e plantar, assim descobrindo a vida. E um dia aprenderam a criar.


Quando Caim e Abel nasceram, Javé ficou feliz, orgulhoso e observou os dois crescerem com grande paixão e amor. Só que Javé lhes deus outra dádiva: a da ignorância.


Em seu amor, Javé pensou ter lhes dado a capacidade de se apaixonar por cada descoberta, assim como ele se apaixonou por cada criação. Só que, em seu grande amor, ele ficou cego. Caim possuía a dádiva da ignorância e aprendeu muito bem a se apaixonar por sua vida. Não aprendeu, no entanto, a apreciá-la e compartilhá-la, encerrando, com seus dedos, a vida do irmão.


O primeiro crime também foi a primeira surpresa e decepção de Javé. Em seu grande amor, ele ficou cego às regras que ele mesmo criara e às possibilidades que elas poderiam desencadear.


Desde então, ele vem tentando arrumar os males que seus filhos cometeram roubando, assassinando, traindo, estuprando ou sequestrando. Nossa história é cheia de momentos cruéis, seja dentro desse texto, seja fora dele, chegando ao ponto em que é fácil perder a esperança.


Cheio de mágoas e não compreendendo por que seus filhos fariam tantas atrocidades uns para com os outros, ele interveio em cada uma delas, às vezes melhorando a situação, às vezes piorando-a. Foi então que ele percebeu que jamais conseguiria ajudar seus filhos se ele não conseguisse entender as razões que os levam a cometer tais atrocidades.


Javé percebeu que sempre esteve em um pedestal e observara seus filhos como nós observamos os peixes num aquário. Ele resolveu que, para entender nossos suplícios, teria que viver nossos suplícios. Javé se faria homem.


Ele pensou em perder a memória para que pudesse viver uma boa quantidade de vida de forma pura e acumular conhecimento, aproveitando, assim, a própria dádiva da ignorância da qual ele nos incumbiu.


Foi aí que Javé escolheu uma mãe com a qual pudesse aprender a amar, mesmo nas horas mais árduas, e um pai que o ensinasse a ser justo e corajoso. Assim, Maria e José foram escolhidos para criar a encarnação de Javé, dando-lhe um nome humano: Jesus.


Javé abandonou o pedestal, sua divindade e imortalidade, seu imenso conhecimento e sabedoria e abraçou a humildade. Para ele, era mais importante saber por que nos odiávamos tanto do que ficar apenas observando. Javé se fez humano, de carne, mortal e ignorante, nascendo na pobreza, mas com pais amorosos e humildes.


A partir de agora, me referirei a ele como Jesus, pois, ao abandonar tudo e arriscar a própria vida para entender nossos problemas, ele se comportou exatamente como um pai.

E por hoje também deixo vocês aqui, mas com a promessa de que a próxima e última parte será a mais emocionante.


Até lá meus queridos leitores.


Alan Falciani


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