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A Esperança que Transforma: A História Real de WC Martin e Donna

Atualizado: 26 de out. de 2024


Som da Esperança
Demetrius Grosse, Nina King Williams e Diaana Babnicova -Reprodução: Angel Studios

No dia 31 de outubro de 2024, chega aos cinemas o filme Sound of Hope – The Story of Possum Trot (Som da Esperança – A História de Possum Trot), baseado em fatos reais. A trama gira em torno de Donna, interpretada por Nika Williams, e o reverendo WC Martin, interpretado por Demetrius Grosse. O casal, que já tem dois filhos, faz parte de uma igreja no leste do Texas. A história começa a se desenrolar após a morte da mãe de Donna, o que a leva a uma profunda depressão.

Buscando encontrar algum propósito, Donna decide participar de reuniões sobre crianças em abrigos que aguardam adoção. Após assistir a essas reuniões, ela decide adotar uma criança e, ao conversar com o marido sobre o assunto, ele inicialmente fica receoso, preocupado com o impacto financeiro dessa decisão. Vale destacar que um dos filhos biológicos do casal sofre de problemas causados por falta de oxigenação no parto, o que pode ter contribuído para a hesitação de WC Martin, que acredita que já têm problemas demais para lidar com mais uma responsabilidade.

Com o tempo, WC acaba concordando com Donna, e eles adotam um casal de irmãos. O momento em que uma das crianças corre para os braços de WC logo ao chegar causa grande comoção, e o reverendo se apaixona imediatamente.

Notando as dificuldades que as assistentes sociais enfrentavam para encontrar famílias dispostas a adotar crianças mais velhas, WC, como pastor, consegue convencer 22 famílias de sua igreja a adotarem, resultando em 77 crianças adotadas e dando início a um movimento global em prol de crianças vulneráveis.

Apesar de ser uma história emocionante, especialmente por ser baseada em fatos reais, o filme apresenta tanto pontos positivos quanto negativos. Algumas cenas remetem a questões ainda presentes atualmente nos EUA. Em um momento, fica evidente a diferença entre classes sociais e até o racismo. A igreja de Possum Trot, pequena e majoritariamente frequentada por pessoas negras, contrasta com uma igreja maior, frequentada por pessoas brancas, onde os recursos financeiros são usados para embelezar o local, sem ajudar os mais necessitados. Isso reflete uma realidade que ainda persiste em algumas igrejas dos EUA, que continuam segregadas entre brancos e negros.

Em uma das cenas, o pastor WC vai até a igreja maior pedir ajuda financeira para as famílias que adotaram as crianças, sendo inicialmente rejeitado. Eventualmente, o pastor da igreja matriz oferece um cheque, além de “presentes de Natal para as crianças.”

O apelo religioso do filme pode soar exagerado para pessoas de outras crenças, levantando questionamentos como: E se a história fosse contada de outra perspectiva? E se as crianças tivessem sido adotadas por pessoas de religiões diferentes? A aceitação do público seria a mesma?

Outra cena incômoda ocorre quando Donna, durante uma discussão, dá tapas em sua filha adotiva Terry, interpretada por Diaana Babnicova. Embora na época as "palmadas" fossem consideradas uma forma aceitável de disciplina, hoje sabemos que isso pode gerar traumas. Essa cena, no entanto, é necessária, pois reflete a realidade da época. Meu desconforto maior foi o fato de as agressões terem sido direcionadas à filha mais problemática, que já havia sofrido abusos físicos e sexuais. Mesmo que Donna se arrependa, esse ato poderia ter agravado a situação.

A cidade e os membros da igreja passaram a ver a família Martin como um exemplo, e qualquer deslize poderia pôr tudo a perder. Como Terry tinha muitos traumas, sua personagem ganha destaque, e senti falta de mais detalhes sobre as outras crianças adotadas.

Em uma das primeiras cenas, o filho biológico do casal, que tem problemas mentais, sofre um surto no banheiro. Enquanto ele chama pela mãe, o pai, sentado em sua poltrona, empurra a responsabilidade para Donna, o que passa uma impressão machista, como se cuidar dos filhos fosse exclusivamente tarefa da mãe. O filme apresenta várias nuances, tanto positivas quanto negativas, como acontece em qualquer produção. A cena final é emocionante, quando Terry finalmente consegue expressar anos de sofrimento e abraça seus pais. Para quem gosta desse estilo de filme e quer entender mais sobre adoção, vale a pena assistir. Evito dar mais detalhes para não estragar a experiência.

Direção: Joshua Weigel | Distribuidor: Paris Filmes.

Rosi Velozo




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