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Vera Sobreira

A chave para um mundo mais equilibrado e harmonioso

Dando sequência ao conteúdo sobre o reconhecer e valorizar o Sagrado Feminino, assunto esse que vem levantando muita polêmica, é na minha opinião pertinente trazer um pouco mais de conhecimentos sócio-econômicos e políticos para um melhor entendimento sobre a questão.

Embusca de equilíbrio

Vejamos como o Patriarcado, um sistema social e cultural onde os homens, em especial de certas classes ou grupos, exercem controle e poder sobre as mulheres. Esse sistema é mantido por normas culturais, leis, práticas institucionais e, em alguns casos, pela violência.

Interagindo com o Patriarcado temos o Capitalismo, um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e na busca do lucro. Ele se caracteriza pela exploração da força de trabalho e pela acumulação de capital.

Sendo assim, o Patriarcado e o Capitalismo são sistemas interligados que sustentam e exacerbam as desigualdades de gênero.

Movimentos feministas e de justiça social desafiam essas opressões, por uma sociedade mais equitativa e justa para todos os gêneros.

No capitalismo, há uma divisão clara do trabalho baseada no gênero. As mulheres são frequentemente direcionadas para trabalhos de cuidado e domésticos, que são menos remunerados ou até não remunerados, perpetuando assim a desigualdade econômica entre homens e mulheres.

As mulheres, frequentemente, recebem salários menores que os homens pelos mesmos trabalho, sendo mal remuneradas, o que contribui para uma grande defasagem financeira perante o homem.

O capitalismo também lucra com a objetificação e mercantilização do corpo feminino, conforme evidente nas indústrias da moda, da beleza e do sexo. Essas indústrias reforçam padrões de beleza e comportamento que subordinam as mulheres.

As opressões de gênero no capitalismo não atuam isoladamente, mas interagem também com outras formas de opressão, como racismo e classismo. Mulheres negras e de classes mais baixas enfrentam formas intensificadas de exploração e discriminação.

Em contrapartida temos alguns Movimentos de Resistência:

Feminismo Socialista - Esta corrente feminista argumenta que a libertação das mulheres só pode ser alcançada através da transformação do sistema econômico. Ela critica tanto o patriarcado quanto o capitalismo, propondo a abolição de ambos.

Economia Feminista - Este campo estuda como as políticas econômicas e a organização do trabalho afetam mulheres e outros grupos marginalizados. Ele busca alternativas econômicas que promovam a justiça de gênero e a igualdade econômica.

Movimentos Trabalhistas - Sindicatos e outros movimentos trabalhistas lutam por salários justos, licença maternidade e paternidade, e contra a discriminação de gênero no local de trabalho.

Temos ainda alguns exemplos históricos e contemporâneos:

Revolução Industrial
Revolução Industrial

Revolução Industrial: Durante a Revolução Industrial, muitas mulheres foram incorporadas ao mercado de trabalho industrial, mas em condições extremamente precárias e com salários significativamente menores que os dos homens.

Segunda Guerra Mundial: As mulheres foram essenciais para a força de trabalho durante a guerra, mas foram rapidamente empurradas de volta para os papéis domésticos após o fim do conflito.

Neoliberalismo: As políticas neoliberais desde os anos 1980 aumentaram a precarização do trabalho, afetando desproporcionalmente as mulheres, especialmente em economias em desenvolvimento.

Manifestações do Patriarcado atualmente:

O patriarcado ainda exerce atualmente uma influência significativa em várias esferas da sociedade, apesar dos avanços no reconhecimento dos direitos das mulheres e na promoção da igualdade de gênero.

Violência de gênero

Na violência de gênero:

A violência contra as mulheres, incluindo violência doméstica, assédio sexual, estupro e feminicídio, continua sendo um problema grave em muitos países. Essas formas de violência são manifestações extremas do controle patriarcal sobre as mulheres.

Na disparidade salarial:

Mesmo com leis que promovem a igualdade de remuneração, as mulheres ainda ganham menos que os homens em muitos setores. A disparidade salarial é um reflexo das normas patriarcais que desvalorizam o trabalho feminino.

Representação Política:

A participação das mulheres na política é menor em comparação aos homens. Embora tenha havido progresso, as mulheres continuam sub-representadas em cargos de poder e decisão.

Na divisão de tarefas domésticas:

As mulheres continuam a assumir a maioria das responsabilidades e cuidados domésticos, mesmo quando também trabalham fora de casa. Isso reflete a persistência de expectativas tradicionais de gênero.

Estereótipos de Gênero:

Mídia, educação e cultura popular frequentemente perpetuam estereótipos de gênero que limitam as oportunidades das mulheres e reforçam a ideia de que os homens são mais aptos para certas funções ou papéis.

Contudo, em desafio a tudo isso, temos vários movimentos que podem gerar grandes mudanças no quadro:

Movimentos Feministas:

Violência contra a mulher

Os movimentos feministas continuam a desempenhar um papel crucial na luta contra o Patriarcado. Iniciativas como #MeToo, campanhas pela igualdade salarial e esforços para aumentar a representação política das mulheres são exemplos de como o ativismo feminista está desafiando o status quo.

Políticas de Igualdade de Gênero:

Muitos países implementaram políticas para promover a igualdade de gênero, como licenças parentais igualitárias, quotas para mulheres em cargos políticos e programas de combate à violência de gênero. Embora eficazes, essas políticas frequentemente enfrentam resistência cultural e institucional.

Educação e Conscientização:

A educação sobre igualdade de gênero nas escolas e campanhas de conscientização pública são vitais para mudar atitudes e comportamentos patriarcais. Ensinar as novas gerações sobre respeito e igualdade é essencial para a transformação social.

Interseccionalidade:

O reconhecimento de que o Patriarcado não afeta todas as mulheres da mesma forma levou a uma abordagem interseccional, que considera como raça, classe, sexualidade e outras identidades influenciam a experiência das mulheres com a opressão.

Alguns exemplos contemporâneos:

Assédio Sexual e #MeToo: O movimento #MeToo, iniciado em 2017, destacou a prevalência do assédio sexual e da violência contra as mulheres, especialmente no local de trabalho. Este movimento incentivou muitas mulheres a denunciar abusos e buscar justiça.

Igualdade Salarial e Políticas Corporativas:

Empresas em vários setores estão adotando políticas de igualdade salarial e medidas para aumentar a diversidade de gênero em posições de liderança.

Mulher feliz e realizada

Representação Feminina na Política:

Em países como a Nova Zelândia e a Finlândia, mulheres ocupam cargos de destaque, incluindo chefes de governo, demonstrando que a mudança é possível, embora ainda haja um longo caminho a percorrer em muitos outros países.

O Patriarcado ainda persiste atualmente, manifestando-se de várias formas, desde a violência de gênero até a disparidade salarial e a sub-representação política. No entanto, os esforços contínuos dos movimentos feministas, políticas de igualdade de gênero, educação e conscientização pública estão desafiando essas estruturas opressivas.

A luta contra o Patriarcado é uma tarefa contínua que requer o compromisso de toda a sociedade para alcançar a verdadeira igualdade de gênero.


Vera Sobreira

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