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5 SOCIEDADES MATRIARCAIS DA ATUALIDADE

Érica Corrêa

Símbolo feminino envolvendo um globo em tons de vermelho, laranja e lilás
Reprodução: Internet

Embora vivamos em uma sociedade patriarcal, o modelo matriarcal ainda existe na atualidade. Estas sociedades matriarcais oferecem modelos alternativos de organização social, mostrando que existem diferentes formas de estruturar comunidades além do modelo patriarcal predominante. Elas demonstram como o poder, a tomada de decisões e a transmissão de propriedade podem ser organizados com mulheres em posições centrais de autoridade. Conheça 5 delas.


Unión Matriarca - Colômbia

casas colorida com portas e janelas também coloridas e vasos de flores pendurados embaixo dos telhados
Casa das Unión Matriarca - Reprodução

Unión Matriarca, uma aldeia na Colômbia, é uma rara sociedade matriarcal onde os homens não são residentes permanentes. Foi fundada por mulheres que sofreram violência doméstica, abuso e conflitos. Procurando um espaço seguro, decidiram criar uma comunidade só de mulheres, onde governassem, trabalhassem e tomassem decisões sem influência masculina. Os homens podem visitar, principalmente se forem familiares, mas devem sair no final do dia. As mulheres sustentam-se através da agricultura, do comércio e do artesanato, provando que uma sociedade autossuficiente e liderada por mulheres pode prosperar. Esta cidade única é um símbolo de resiliência e empoderamento, mostrando ao mundo uma forma alternativa de vida.


lago Lugu - Encostas do Himalaia


Mulheres e homens Mosuo em volta de um lago em dia de sol enquanto pessoas passeiam de canoa com um homem remando. Estão vestindo roupas de frio
Iago Lugu - Reprodução: La Opinió

Após uma cerimônia de maioridade, as mulheres Mosuo podem escolher seus amantes, tendo quantos desejarem em suas vidas.  Os casais não moram juntos e os bebês são criados exclusivamente na família das mães. São os irmãos e tios que desempenham o papel paterno. As mulheres são as donas e chefes do lar. São eles que tomam as decisões no ambiente familiar. Riqueza, bens e propriedades passam de mãe para mãe após a morte e isso dá às mulheres Mosu grande autoridade e liberdade. O governo chinês não reconhece os Mosuo como um dos 55 grupos minoritários oficiais porque a sua população é relativamente pequena. Depois da construção de uma estrada e de um aeroporto nas proximidades, inaugurado em 2015, cada vez mais turistas chegam às margens do Lago Lugu, trazendo novas crenças e práticas.


Minangkaba - Indonésia


A mulher da esquerda está vestindo traje verde com faixa vermelha. As três mulheres à sua direita estão vestindo trajes vermelhor. As quatro usam adereços vermelhos na cabeça e jóias douradas em frente a árvores.
Mulheres Minangkaba - Reprodução: Bússola do Sul

Minangka é um grupo étnico da Indonésia. Entre eles todas as casas e demais propriedades são passados de mãe para filha. Quando um casal se casa, vão inicialmente viver com a família da mulher. Mulheres tem direito a mesma educação que os homens. Ter filhas é considerado uma benção. Quando os chefes de uma vila se reúnem para tomar decisões, eles lideram a pauta, discutem e debatem. As mulheres se sentam atrás, mas podem participar o tanto que desejarem. No fim, nenhuma decisão vale sem o consentimento delas. Já em decisões pertinentes ao casal e seus problemas, como educação dos filhos, orçamento doméstico, gerenciamento da casa, etc. as mulheres lideram. Para não ir contra os preceitos islâmicos, os Minangkabau separam heranças em 2 tipos, alta e baixa. Alta é a herança que passa de mãe para filha e inclui propriedades, campos de arroz, etc. Baixa é o que vem dos ganhos do pai como profissional, dinheiro e bens menores. Estes são distribuídos sob as regras do islamismo e os homens sempre são mais beneficiados.


Umoja e Tumai- Quênia


Grupo de mulheres negras em um chão seco embaixo de um céu azul trajando trajes em tons de azul, laranja e amarelo. As mulheres estão segurando varas.
Mulheres Umoja - Reprodução: © Nadia Ferroukhi/GEO

Fundado em 1991 pelas mulheres do grupo étnico Samburu, oferece um lar para mulheres divorciadas, rejeitadas ou agredidas por seus maridos. É uma atração turística por conta da exposição na mídia.

Tumai foi fundado por Chili, que originalmente vivia em Umoja. As residentes de Tumai são completamente autossuficientes. A prática da excisão é proibida. Todas as decisões importantes são tomadas por maioria de votos. Somente mulheres divorciadas podem morar no vilarejo. Garotos são permitidos, mas apenas até os 16 anos, após o que devem ir embora. 

Outros vilarejos somente para mulheres foram criados com as mesmas características de Umoja e Tumai.


Bribri – Costa Rica


Foto preto e branco de uma família Bribi em frente a uma casa de barro e palha. Os homens estão usando chapéu
Família Bribri - Reprodução

Organizado em clãs, cada um é formado por uma extensa família. Os clãs são liderados por matriarcas ou um grupo de mulheres. Somente as mulheres têm direito de possuir terras e muitas situações proíbem de serem lidadas por homens, como o preparo do cacau utilizados em cerimônias e rituais sagrados.

Os Bribris vivem de maneira sustentável, dependentes de si próprios e criaram um sistema de troca para usar e, se necessário, vender a sua arte, artesanato e cultura do chocolate únicos aos turistas.


No mês da Mulher, é interessante refletir como as narrativas deterministas sobre papéis de gênero são "naturais" ou "universais" enquanto estas sociedades oferecem insights sobre como relações de gênero mais equilibradas podem funcionar em contextos contemporâneos.


Feliz Dia da Mulher.

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