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Da redação

37 Nomes e Uma Democracia em Xeque

Os bastidores de um episódio que ainda reverbera: o Brasil diante do espelho


Imagine um país que amanhece entre manchetes e murmúrios, enquanto 37 nomes surgem em uma lista da Polícia Federal. Não são meros números: são pessoas, histórias, alianças, e talvez conspirações. O inquérito sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023, marcado pela invasão das sedes dos três Poderes em Brasília, desenterrou não apenas intenções, mas também um debate latente: o quão firme é a democracia brasileira?

Estado Democrático de Direito

De um lado, um país que testemunhou sua capital ser palco de vandalismo; de outro, a certeza de que a democracia, tão recente e, ao mesmo tempo, tão testada, sobreviveu. A lista dos indiciados é diversa, abrangendo figuras de destaque, intermediários e anônimos que, de alguma forma, tornaram-se parte de uma narrativa histórica. Mas a pergunta que paira é: até onde a justiça está preparada para lidar com isso sem deixar lacunas que alimentem dúvidas sobre sua imparcialidade?

Se há algo que a história brasileira nos ensina é que o Brasil sabe reinventar suas crises. Desde a Proclamação da República até os escândalos mais recentes, passamos por ciclos que nos colocam entre extremos: revolta popular e desilusão política. A história é cíclica ou somos nós que insistimos em repeti-la?

Protesto

Neste caso, algo chama a atenção. Apesar de acusações graves, como tentativa de golpe e abolição do Estado Democrático de Direito, muitos especialistas, incluindo ex-militares e juristas renomados, sugerem que o cenário nunca foi tão frágil quanto se pintou. "Sem apoio das Forças Armadas, o risco de golpe era zero", dizem vozes experientes, reforçando que, mesmo no auge das tensões, a estrutura militar brasileira mostrou-se alinhada à Constituição.

A narrativa, entretanto, vai além das instituições. Entre as acusações, surge o questionamento sobre os limites do que constitui "tentativa". Reuniões de bastidores, mensagens inflamadas em grupos de aplicativos e ações dispersas configuram de fato um plano? Ou estamos diante de uma tentativa de criminalizar pensamentos e ideias antes de elas se concretizarem?

O episódio nos coloca diante de um espelho. As rachaduras na confiança entre instituições, sociedade e até na imprensa são visíveis. Pesquisas recentes apontam que mais de 40% dos brasileiros ainda desconfiam de parte das informações veiculadas sobre os eventos de janeiro. É um dado alarmante, mas também revelador: a credibilidade das instituições caminha lado a lado com a solidez da democracia.

Por fim, uma reflexão que deve inquietar a todos: a Justiça será capaz de julgar este caso com o peso de sua responsabilidade histórica, mas sem ceder a pressões políticas ou midiáticas? A democracia brasileira, assim como qualquer outra, é uma obra em constante construção. Mas, como em toda boa arquitetura, o que sustenta as estruturas não são os adornos, mas os alicerces.

E você, confia nos alicerces do Brasil?

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